A perigosa situação de “Com
a mão na Taça”.
Corintianos –
e até mesmo não corintianos – amanheceram essa preguiçosa segunda-feira com a
sensação de que o Timão já está com a taça nas mãos.
Como dizia o
ótimo narrador e não tão ótimo filósofo Luciano do Valle, o jogo só acaba
quando termina.
Na Copa do
Mundo do de 2014, o estudioso do futebol Carlos Alberto Parreira se entusiasmou
com as primeiras vitórias do Brasil e lascou um esfuziante: “Já estamos com uma
mão na Taça”.
Faltou
combinar com a Alemanha, como se viu na sequência.
Com a indiscutível
e massacrante vitória sobre o Galo, 3 a 0, com direito a olé, o Timão abriu 11
pontos sobre seu fiel perseguidor, o Galo. Temos ainda 15 pontos em disputa. A
situação do Corinthians é ótima, mas não o suficiente para colocar as mãos na
Taça.
Tem um
empecilho chamado matemática, que é uma ciência exata, além do chamado
imprevisível que, para fazer jus ao nome, pode aparecer ou não.
Mas a
vitória sobre o Atlético nesse domingo foi tão incontestável que serviu para
por fim às acusações de que o Corinthians foi ajudado pelos juízes.
O Atlético
escolheu o estádio Independência como local do jogo por acreditar numa mística
que demonstrou puro amadorismo.
A mística do
“Eu acredito” é ótima como hino da torcida, como motivação, mas não muda os
níveis técnicos dos times. Quem é melhor, continua sendo melhor.
O amadorismo
deixou enorme prejuízo ao Atlético. Foram 20 mil torcedores no simpático
Independência que poderiam ter sido 60 mil no moderno Mineirão. Esqueceram-se
os dirigentes do Galo que foi lá, junto à bela Pampulha, que esse mesmo Galo,
sob os gritos do mesmo “Eu acredito”, derrotou o mesmo Corinthians na Copa do
Brasil.
Assim, além
de perder o jogo, teve também um baita prejuízo.
O
Corinthians, na verdade, foram dois no jogo de domingo.
No primeiro
tempo, cuidou mais da defesa, fechou os espaços para o Galo. Correu certo
perigo, principalmente nas bolas alçadas sobre a área, já que o Galo tem bons
cabeceadores, principalmente o zagueiro Leonardo Silva.
Mas, me
pareceu, um risco calculado. O risco maior, seria, por exemplo, dar espaços
para as rápidas e perigosas investidas desse bom Luan. Ou deixar que o
artilheiro Pratto tivesse espaço dentro da área, onde ele é letal.
Feito isso,
no segundo tempo, o Corinthians partiu para o que é o seu forte: o toque de
bola, principalmente entre Renato Augusto, Jadson e Elias que ontem não jogou.
Em seu lugar entrou Rodriguinho que acabou por não comprometer.
Essas
triangulações, a rápida troca de posição entre eles e também o Vágner Love acabam
sempre dentro da área do adversário – e muitas vezes, dentro do gol.
Foi o que
aconteceu.
Assim a
torcida pode gritar olé nas trocas de bola que são comuns, e não com o intuito
de humilhar o adversário.
Esse é o
Corinthians que tem quatro jogadores na Seleção – Cássio, Gil, Elias e Renato
Augusto -, mas nenhum deles tão craque a ponto de desequilibrar um jogo. Como
um Neymar, por exemplo.
O que se
pode afirmar desse Corinthians é que um técnico competente como é o Tite, soube
armar o time e tirar de três ou quarto jogadores tudo o que eles têm de bom.
Na transição
do Paulistão para o Brasileirão, o Corinthians perdeu jogadores importantes: o
lateral esquerdo Fábio Santos, o volante Petros, os atacantes Sheik e
Guerreiro, enfim, uma base do time.
Pois Tite
soube reconstruir esse time.
Na lateral
esquerda, apareceu Uendel, atacando e defendendo como fazia Fábio Santos; machucado
Uendel, eis que aparece o jovem Guilherme Arana dando conta do recado
direitinho; no meio, providenciou a volta de Ralf, um marcador implacável; na
frente, teve Luciano, agora machucado, e Vágner Love que perde muitos gols, mas
são tantas as situações criadas que ele acaba marcando.
Jovens estão
aparecendo para garantir o futuro desse time: Marcial, um garoto que entra e
não decepciona, e Lucas que fez um golaço de voleio, o terceiro do Corinthians
contra o Galo.
Pensando
bem, o grande craque está no banco: é o Tite.
O futebol
americano, aquele esporte que mais parece briga e, às vezes, até mesmo guerra,
está ganhando espaço, e muito espaço, no Brasil. Foi pensando nisso que On Line
Editora colocou nas bancas esse guia que fala tudo sobre o esporte: das
origens, de sua chegada aos Estados Unidos, das regras, dos craques, dos
grandes estádios.
Um muito de
muito charme e muito dinheiro.
Os
jornalistas responsáveis são Silvio Natacci e Mário Marinho.
Ouvi dizer
que os caras são bons...






