segunda-feira, 14 de setembro de 2015


 

Paradoxo Brasil

Estamos vivendo a maior crise político-econômica que se tem notícia no Brasil nos últimos 500 anos.

Todos os indicadores econômicos são ruins. Todos.

Dos macros aos micros.

Fomos rebaixados, recentemente, para a segunda divisão da economia mundial. Afastados da credibilidade mundial.

Para usar uma expressão que se tornou lugar-comum dos discursos do criador que criou a criatura que atualmente é presidente do Brasil, nunca antes na história desse País se viu tamanha incompetência, tamanha roubalheira.

Os indicadores mais visíveis são aqueles que nos atingem diariamente: supermercado, açougue, farmácia etc.

É mais fácil constatar, primeiro porque atinge diretamente nossos bolsos cada vez mais combalidos. Segundo porque numa simples visita um supermercado é possível verificar o quanto vaziam eles andam, mesmo nos dias de promoção.

É preciso economizar e gastar apenas com o indispensável, não?

Então como explicar o crescimento dos torcedores nos campos de futebol?

Neste sábado, 22.794 pagantes compareceram ao Allianz Parque para ver a vitória do Palmeiras sobe o Figueirense. Foi o menor público da Arena no Brasileirão.

No domingo pela manhã, 41.809 torcedores estiveram na Arena Corinthians e estabeleceram o novo recorde de público na vitória sobre o Joinville.

Em Porto Alegre, na Arena do Grêmio, 46.915 pagaram para ver a vitória do São Paulo, 2 a 1.

No Mineirão, 45.991 pagantes, um público que não chega a ser surpreendente para o clássico, Cruzeiro 1 x Atlético 1.

A média de público considerando apenas os jogos dos mandantes é excelente, atingindo a níveis de futebol europeu, números nunca vistos antes na história desse País.

Vejam os números das 10 Arenas que mais receberam público:

1 – Palmeiras, média de 33,090.

2 – Arena Corinthians, 31.705.

3 – Mineirão, 27.644.

4  – Arena do Grêmio, 27.035

5 – Arena Pernambuco, 24.529.

6 – Maracanã, 24.034.

7 – Arena das Dunas, 22.825.

8 – Morumbi, 22.305.

9 – Beira Rio, 17.786.

10 – Arena da Baixada, 16.947.

Os números completos estão no site Sr Gol, neste endereço:


 

O leitor mais apressado, principalmente aqueles da intelligenza, há de dizer: o torcedor de futebol é alienado, o futebol é o ópio do povo e sandices que tais.

Daí, apresento outros números.

O Rio encerrou sua bienal de livros com números igualmente espetaculares: 676 mil visitantes em 11 dias de evento. Foram vendidos 3,7 milhões de livros num evento que teve a arrecadação de R$ 83 milhões.

É ou não é um paradoxo?

Desculpas

Esfarrapadas

Os jogadores de futebol dizem odiar o horário das 11 horas da manhã, o preferido dos torcedores.

Segundo o caderno de Esportes da Folha de São Paulo de hoje, 14/09/2015, os dois maiores públicos do Brasileirão aconteceram em jogo disputados às 11 horas.

1 – São Paulo 3 x Coritiba 1, Morumbi, 59.482 pagantes

2 – Atlético MG 1 x Joinville 0, 55.987, no Mineirão.

Este é um horário perfeito. O torcedor sai de casa ali pelas nove e meia/dez horas da manhã, assiste ao seu time e ali por volta das 13 já está em casa para o almoço com a família ou num bom horário para procurar um bom restaurante.

O torcedor não perde o domingo todo com um jogo.

Os jogadores deveriam ter o mesmo raciocínio: no domingo, às 14 horas, ele estará livre para o almoço com a família ou os familiares, como eles gostam de dizer.

Mas não.

Preferem dizer que o calor é desumano. Realmente, entre 11 e 13 horas, a temperatura é mais alta do que entre 17 e 19 horas.

O corre que isso não acontece todos os domingos. O Corinthians, por exemplo, fez seu primeiro jogo às 11 horas já no segundo turno.

Portanto, não chega a ser uma sangria desatada.

Outra desculpa, que chega a ser ridícula, eu ouvi do atacante Rildo, do Corinthians, em entrevista coletiva. Segundo ele, os jogadores têm familiares e gostam de conversar com eles por telefone até tarde da noite. Daí, não dá para acordar cedo.

Será que não dá para pedir aos familiares para esperar um pouco e conversar à vontade no dia seguinte?

Um comentário:

  1. Olá, a fotografia usada para ilustrar esse texto é de minha autoria. Peço para que os devidos créditos sejam concedidos conforme a lei de direitos autorais

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