segunda-feira, 2 de novembro de 2015


A perigosa situação de “Com a mão na Taça”.

Corintianos – e até mesmo não corintianos – amanheceram essa preguiçosa segunda-feira com a sensação de que o Timão já está com a taça nas mãos.

Como dizia o ótimo narrador e não tão ótimo filósofo Luciano do Valle, o jogo só acaba quando termina.

Na Copa do Mundo do de 2014, o estudioso do futebol Carlos Alberto Parreira se entusiasmou com as primeiras vitórias do Brasil e lascou um esfuziante: “Já estamos com uma mão na Taça”.

Faltou combinar com a Alemanha, como se viu na sequência.

Com a indiscutível e massacrante vitória sobre o Galo, 3 a 0, com direito a olé, o Timão abriu 11 pontos sobre seu fiel perseguidor, o Galo. Temos ainda 15 pontos em disputa. A situação do Corinthians é ótima, mas não o suficiente para colocar as mãos na Taça.

Tem um empecilho chamado matemática, que é uma ciência exata, além do chamado imprevisível que, para fazer jus ao nome, pode aparecer ou não.

Mas a vitória sobre o Atlético nesse domingo foi tão incontestável que serviu para por fim às acusações de que o Corinthians foi ajudado pelos juízes.

O Atlético escolheu o estádio Independência como local do jogo por acreditar numa mística que demonstrou puro amadorismo.

A mística do “Eu acredito” é ótima como hino da torcida, como motivação, mas não muda os níveis técnicos dos times. Quem é melhor, continua sendo melhor.

O amadorismo deixou enorme prejuízo ao Atlético. Foram 20 mil torcedores no simpático Independência que poderiam ter sido 60 mil no moderno Mineirão. Esqueceram-se os dirigentes do Galo que foi lá, junto à bela Pampulha, que esse mesmo Galo, sob os gritos do mesmo “Eu acredito”, derrotou o mesmo Corinthians na Copa do Brasil.

Assim, além de perder o jogo, teve também um baita prejuízo.

O Corinthians, na verdade, foram dois no jogo de domingo.

No primeiro tempo, cuidou mais da defesa, fechou os espaços para o Galo. Correu certo perigo, principalmente nas bolas alçadas sobre a área, já que o Galo tem bons cabeceadores, principalmente o zagueiro Leonardo Silva.

Mas, me pareceu, um risco calculado. O risco maior, seria, por exemplo, dar espaços para as rápidas e perigosas investidas desse bom Luan. Ou deixar que o artilheiro Pratto tivesse espaço dentro da área, onde ele é letal.

Feito isso, no segundo tempo, o Corinthians partiu para o que é o seu forte: o toque de bola, principalmente entre Renato Augusto, Jadson e Elias que ontem não jogou. Em seu lugar entrou Rodriguinho que acabou por não comprometer.

Essas triangulações, a rápida troca de posição entre eles e também o Vágner Love acabam sempre dentro da área do adversário – e muitas vezes, dentro do gol.

Foi o que aconteceu.

Assim a torcida pode gritar olé nas trocas de bola que são comuns, e não com o intuito de humilhar o adversário.

Esse é o Corinthians que tem quatro jogadores na Seleção – Cássio, Gil, Elias e Renato Augusto -, mas nenhum deles tão craque a ponto de desequilibrar um jogo. Como um Neymar, por exemplo.

O que se pode afirmar desse Corinthians é que um técnico competente como é o Tite, soube armar o time e tirar de três ou quarto jogadores tudo o que eles têm de bom.

Na transição do Paulistão para o Brasileirão, o Corinthians perdeu jogadores importantes: o lateral esquerdo Fábio Santos, o volante Petros, os atacantes Sheik e Guerreiro, enfim, uma base do time.

Pois Tite soube reconstruir esse time.

Na lateral esquerda, apareceu Uendel, atacando e defendendo como fazia Fábio Santos; machucado Uendel, eis que aparece o jovem Guilherme Arana dando conta do recado direitinho; no meio, providenciou a volta de Ralf, um marcador implacável; na frente, teve Luciano, agora machucado, e Vágner Love que perde muitos gols, mas são tantas as situações criadas que ele acaba marcando.

Jovens estão aparecendo para garantir o futuro desse time: Marcial, um garoto que entra e não decepciona, e Lucas que fez um golaço de voleio, o terceiro do Corinthians contra o Galo.

Pensando bem, o grande craque está no banco: é o Tite.


Já nas bancas
 

O futebol americano, aquele esporte que mais parece briga e, às vezes, até mesmo guerra, está ganhando espaço, e muito espaço, no Brasil. Foi pensando nisso que On Line Editora colocou nas bancas esse guia que fala tudo sobre o esporte: das origens, de sua chegada aos Estados Unidos, das regras, dos craques, dos grandes estádios.

Um muito de muito charme e muito dinheiro.

Os jornalistas responsáveis são Silvio Natacci e Mário Marinho.

Ouvi dizer que os caras são bons...

 

 

quarta-feira, 14 de outubro de 2015


Os turistas venezuelanos.

 

Sempre que se faz uma viagem, é normal trazer daquele lugar uma lembrancinha.

Algo que represente o local visitado, a cultura, uma bebida, uma comida.

Ou algo que Você não encontra em sua terra.

Quem vai a Minas, volta sempre trazendo um queiro ou uma boa cachacinha.

Da Argentina, trazemos vinhos e saboreamos a excelente carne.

Do Chile, vinhos.

Assim como na França, na Itália e também na Espanha.

Da Bélgica, as melhores cervejas do mundo.

Pois os jogadores venezuelanos que enfrentaram o Brasil na noite de terça-feira, em Fortaleza, também foram às compras.

Encheram sacolas com pasta de dente, sabonetes, desodorantes, papel higiênico... coisas do tipo.

É alguma especialidade brasileira? Talvez uma grande novidade?

Não, nada disso.

É que lá no país deles, esses produtos básicos para a higiene são difíceis de encontrar e, quando encontrados, vendidos a preços exorbitantes quase sempre no mercado negro.

Esse é o retrato da Venezuela chavista de hoje, a Venezuela tão queridinha da nossa alegre esquerda.

Aliás, eis aí uma boa sugestão de presentes que pululantes esquerdistas podem mandar para o povo venezuelano: nada de livros de Marx, de conceitos leninistas, de camisetas com fotos de Guevara: eles querem coisas mais simples, de maior utilidade.

Aliás, me lembrou outro queridinho da nossa plangente esquerda: Cuba.

Há alguns anos a Seleção de basquete de Cuba estava no Brasil para disputar a Copa América. Hospedaram-se no mesmo hotel que a Seleção Brasileira.

Fui entrevistar a Hortência e, no meio da conversa, ela me falou sobre a convivência com as alegres meninas cubanas.

Chamou-lhe a atenção, entre outros, dois fatos:

1 – As meninas não saíam à noite por causa das novelas da Globo. Não queriam perder um capítulo. E insistiam em procurar alguém que soubesse o fim de uma novela global que estava sendo exibida na Ilha e que já fora exibida aqui no Brasil há uns 10 anos.

2 – Uma das meninas queria de todo jeito comprar uma porta de carro, um Fusca, para levar para o pai dela; o carro não tinha aporta de um lado e nem havia onde comprar.

Chaves, Fidel, Evo, Lula..

.

Mudou sim.

E como mudou.

Galvão Bueno repetiu à exaustão, durante a transmissão do jogo Brasil e Venezuela, que aquele era outro jogo.

Nada daquilo que havíamos visto contra o Chile, na derrota por 2 a 0.

“Agora, meu amigo, é outra coisa” trovejou ele.

É, mudou, sim, Galvão: mudou o adversário.

Também me chamou a atenção ontem o Oscar: é gente boa, um garoto tranquilo, provavelmente sem vícios, enfim, daria um excelente genro.

Mas, como jogador de Seleção Brasileira...

 

 

terça-feira, 6 de outubro de 2015



Avenida Morumbi Sem Número

 

Era ainda criança lá em Belo Horizonte e já ouvia falar no São Paulo Futebol Clube e na minha cabeça ficaram marcadas duas verdades sobre o São Paulo: uma era sua histórica linha média de Rui, Bauer e Noronha; a outra é de que se tratava de um time de elite, de gente fina.

Eu morava na periferia de Belo Horizonte e ficava imaginando o que seria um time de elite.

Muitos anos depois, já sabendo o que era um time de elite, mudei-me para São Paulo convidado para trabalhar no Jornal da Tarde.

Tive oportunidade, então, de conhecer de perto e por dentro o que era um time de elite.

Sim, assim era o São Paulo.

Os dirigentes mais importantes eram chamados de cardeais. Não se discutia crise financeira no clube, embora o Morumbi, ainda inacabado, consumisse toda a verba do futebol. Não havia dinheiro para comprar craques.

Ainda assim, o Tricolor abusou e contratou dois de uma só vez: Gerson e Toninho Guerreiro.

Gerson, o craque botafoguense, o Canhotinha da Seleção Brasileira seria o novo cérebro do time; Toninho Guerreiro, o artilheiro do Santos, seria o goleador.

Na estreia dos dois, o Tricolor levou goleada de 5 a 2 do Atlético Mineiro, em pleno Morumbi. Eu estava lá.

Como time de alto nível que se prezava, não houve crise. Técnico do São Paulo não era demitido assim-assim. Por isso, Diede Lameiro voltou para casa, em São José dos Campos, tranquilo. A oposição mantinha respeitoso silêncio.

Aquele era um time de elite.

O mundo mudou. O São Paulo também.

Naquela época, brigas, desentendimentos eram muito comuns no Corinthians Por isso, quando se referiam ao Timão, muita gente falava “o time da Marginal Sem número”.

Na manhã dessa terça-feira, fico sabendo que uma reunião de diretoria do São Paulo na noite de segunda-feira terminou em sonora pancadaria.

O Vice presidente, Ataíde Gil Guerreiro, talvez para fazer jus ao nome, partiu para cima do presidente Miguel Aidar e o derrubou com um soco. Como dois garotos de grupo, rolaram pelo chão sob as vistas de outros incrédulos diretores e apavorados hóspedes do hotel onde se deu a pugna.

O São Paulo mudou.

O presidente elegeu o seu sucessor. Normal. O sucessor brigou com o antecessor e o colocou para fora. E a briga foi pública, através da imprensa.

Já não é normal para o modo de vida da elite.

De repente, o Tricolor está devendo uma grana preta. Um déficit assustador.

Nem na época da construção do Morumbi se deveu tanto. Ou se deveu, ninguém ficou sabendo porque esse tipo de notícia não atravessava as arquibancadas do Estádio Cícero Pompeu de Toledo.

Reunião do São Paulo, que sempre começou com elegantes brindes terminava em afáveis abraços.

Hoje termina em troca de porradas.

É, o São Paulo mudou.

Talvez seja o clube da Avenida Morumbi Sem número.

 

segunda-feira, 5 de outubro de 2015




Ah!, esse Brasileirão.
 

Escrevi há alguns dias, aqui nesse valioso espaço, que o Campeonato Brasileiro é o maior campeonato de futebol do mundo.

Claro que houve quem concordasse e quem ficasse contra.

Geralmente, quem é contra se manifesta mais e costuma ser mais amargo, cáustico e até mais violento em suas observações.

Os mais serenos disseram que eu não entendo nada de futebol. Teve leitor que me acusou de estar delirando. Outros disseram que era patriotada.

Meu argumento é simples: os mais importantes campeonatos nacionais do mundo são sempre decididos entre dois ou três times.

No Brasileirão, assim numa olhada rápida, pelo menos 10 times tem chances reais de ser campeões.

No caso do Brasileirão-2015 há uma verdadeira gangorra entre os quatro primeiros colocados.

O Corinthians tem sido o time mais regular mas ainda não está seguro o bastante para se sentir campeão. São nove rodadas pela frente e o empate com a Ponte Preta neste fim de semana colocou o Galo mineiro cocoricando em seu cangote.

São apenas cinco pontos a separá-los.

O Grêmio por sua vez, faz o calor de seu chimarrão já quase chamuscar as penas do Galo.

São seis pontos a separá-los.

Em quarto lugar está o Santos, um fenômeno. Por três vezes os santistas derraparam na zona de rebaixamento e agora estão entre os quatro primeiros.

São 15 pontos a separá-lo do líder Corinthians.
É uma distância muito grande, imensa. Mas é bem menos do que aquela distância quando patinou na escorregadia zona do rebaixamento.

O São Paulo vem em quinto lugar com os mesmos 46 pontos do Santos e uma dúvida que persegue seus torcedores: qual será o desempenho do Tricolor no próximo jogo: vai arrasar ou ser arrasado? O técnico fica ou vai embora?

Outro cheio de dúvidas é o Palmeiras, sexto lugar, com 45 pontos. Brilha num jogo, desaparece no outro.

Vejam só:

- Massacrou o Fluminense no Maracanã: 4 a 1.

- Bela vitória em cima do Grêmio, no Pacaembu, 3 a 2.

- Empatou com o Internacional, em Porto Alegre, e depois venceu na Allianz Parc num jogo empolgante pela raça dos dois times.

- Empatou com o São Paulo, resultado normal para um clássico.

- Foi massacrado pela Chapecoense, 5 a 1, lá em Chapecó.

Enfim, o torcedor palestrino também nunca sabe qual será o desempenho do próximo jogo.

Mas, a quarta vaga do G4, onde está o Santos, está aberta. Também a disputam: São Paulo, Palmeiras, Flamengo e Internacional.

Lá em baixo é que as coisas estão mais ou menos definidas: Joinville, lanterna, Vasco, em 19º; Figueirense, em 18º e Goiás, em 17º parecem condenados.

É verdade que o Coritiba, em 16º com 33 pontos, e o Avaí, 15º, também com 33 estão a um passo do abismo.
 

Boa Notícia

 
Apesar da chapuletada de ontem, eis uma boa notícia para os palmeirenses: está nas bancas a revista "Palmeiras, Edição Histórica, A História de uma Paixão".
Revista que eu e o também jornalista Silvio Natacci fizemos com muito carinho, contanto a gloriosa história do Palmeiras. É uma publicação On Line Editora.
Já, nas bancas.



Triste Notícia

Lá se vai mais um amigo
Morreu nesta manhã em João Pessoa meu cunhado, o irmão da Vera, Francklim Teixeira da Silva. O Francklin tinha 68 anos e morreu embolia pulmonar. Em 1968 eu o trouxe de Belo Horizonte para São Paulo. Ele trabalhou no Estadão, no Departamento de Circulação. Formou-se em jornalismo aqui em SP. Alguns anos depois mudou-se para João Pessoa.
Foi sempre um ótimo companheiro.
Que Deus o tenha
  

quinta-feira, 17 de setembro de 2015



Haja fôlego!

Ao contrário do que se esperava, o Brasileirão vai empolgando cada vez mais.

Após o vexame da Copa do Mundo e da falta de grandes ídolos, confesso, não fazia muita fé neste Brasileirão.

Mas, o fôlego que eu reclamo no título não é tanto pelas emoções causadas pelos jogos da quarta mas, sim, pela falta de tempo para que os times se recuperem dos apertos de desapertos passados na quarta.

Assisti à vitória incrivelmente fácil do Palmeiras em cima do fragilíssimo Fluminense.

Flu que até saiu na frente, mas acabou levando quatro sapatadas. Duas delas, por incríveis falhas de seus zagueiros.

Realmente, me surpreendeu a fragilidade do tricolor carioca.

Ao final do jogo, comentei com meu neto Vinicius, louco por futebol, companheiro de todos os jogos: “Amanhã esse Enderson Moreira não é mais técnico do Fluminense.”

Errei: ele caiu na própria noite de quarta-feira.

Penso: apesar de não jogar bem, acho que o Palmeiras vai embalar.

Aí, confirmo na tabela: próximo adversário, o Grêmio. É, não dá tempo para respirar, para folgar. É clássico em cima de clássico.

O Fluminense vai pegar a Ponte Preta. Jogo fácil, não? Não, não é. A Ponte venceu o Goiás lá no Serra Dourada, ontem, e goleou o Santos no jogo anterior. É um time em ascensão. Qualquer que seja o novo técnico, não será tarefa fácil para o Fluminense. Um empate já estará de bom tamanho.

Às 22 horas, eu e o Vini nos ligamos no Inter x Corinthians.

O Internacional dominou o primeiro tempo, mas quem marcou primeiro foi o Corinthians. Chute do garoto Malcon que desvia no zagueiro e entra.

Vágner Love perde mais um gol. Vini me avisa: “Vô ele já perdeu três. Como ele perde 12 em cada jogo, agora só faltam nove.”

Com apenas lampejos do bom futebol que vem apresentando e que o coloca como líder do Brasileirão, o Timão sai batido: 2 a 1.

O Internacional se aproxima da zona de classificação para a Libertadores e terá um certo refresco no fim de semana: enfrenta o Figueirense pertinho de sua casa, em Florianópolis.

Já o Corinthians não terá a mesma moleza: pega o Santos no domingo, no horário que o torcedor gosta e o jogador odeia: às 11 horas da matina. O jogo será na Arena de Itaquera, o que garante bom público, mas é tarefa das mais complicadas para quem quer manter a liderança do Brasileirão.

O Santos vem de boa. Pegou o vice líder, o Atlético MG, na Vila Belmiro e sapecou-lhe quatro belos gols. Vitória fácil dos meninos da Vila em cima do respeitado Galo mineiro.

Daí, cabe a pergunta: esse mesmo time do Santos, com esses mesmos meninos, andava mal com Osvaldo Oliveira de técnico, deu pequena melhorada para depois cair com o ex-auxiliar Toninho Fernandes e agora dá esse show de bola com o Dorival Jr. (mas é bom lembrar que com o mesmo Dorival levou de três da Ponte no fim de semana).

Como explica?

Ao meu lado, a Primeira Dama desse blog filosofa:

- É o tal do futebol.

O Galo que vinha com excelente campanha só não se distanciou do líder Corinthians graças ao Internacional. Mas, no domingo, enquanto o Corinthians tem o Santos pela frente, o Galo também tem pedreira: pega o Flamengo lá no Mineirão. Nenhum dos dois teve tempo para respirar. Haja fôlego!

Ela, a Primeira Dama, é vascaína. Acompanhou na noite de quarta o andar da carruagem lá no Mineirão.

O Vasco saiu na frente e ela se animou: pintou o campeão!

O empate, 2 a 2, no final, foi ruim para o Vasco e péssimo para o Cruzeiro.

Ruim porque um pontinho não adoça nada na amarga vida do Vasco. Porém, como quem está se afogando agarra até em jacaré. Então, é melhor um ponto do que nada.

Péssimo para o Cruzeiro pois empatar com o lanterna no Mineirão não dá para explicar. O próximo adversário é o Chapecoense, lá em Chapecó. Uma incógnita.

Na hora do almoço de hoje, quinta-feira, informou ao meu neto que acaba de chegar da escola:

- O Dunga convocou o Elias, o Renato Augusto e o Elias.

- O quê?, ele reclama irado. Logo agora que o Corinthians mais precisa deles? Não tinha ninguém lá na Europa para ele convocar? Tem jogo contra o Santos domingo, Vô!

Para aplacar a ira dele, informo:

- No domingo todos eles ainda vão jogar.

Mais calmo com a notícia, ele sentencia com a certeza de seus 12 anos.

- Também o seguinte, viu Vô: time grande não perde duas seguidas...

segunda-feira, 14 de setembro de 2015


 

Paradoxo Brasil

Estamos vivendo a maior crise político-econômica que se tem notícia no Brasil nos últimos 500 anos.

Todos os indicadores econômicos são ruins. Todos.

Dos macros aos micros.

Fomos rebaixados, recentemente, para a segunda divisão da economia mundial. Afastados da credibilidade mundial.

Para usar uma expressão que se tornou lugar-comum dos discursos do criador que criou a criatura que atualmente é presidente do Brasil, nunca antes na história desse País se viu tamanha incompetência, tamanha roubalheira.

Os indicadores mais visíveis são aqueles que nos atingem diariamente: supermercado, açougue, farmácia etc.

É mais fácil constatar, primeiro porque atinge diretamente nossos bolsos cada vez mais combalidos. Segundo porque numa simples visita um supermercado é possível verificar o quanto vaziam eles andam, mesmo nos dias de promoção.

É preciso economizar e gastar apenas com o indispensável, não?

Então como explicar o crescimento dos torcedores nos campos de futebol?

Neste sábado, 22.794 pagantes compareceram ao Allianz Parque para ver a vitória do Palmeiras sobe o Figueirense. Foi o menor público da Arena no Brasileirão.

No domingo pela manhã, 41.809 torcedores estiveram na Arena Corinthians e estabeleceram o novo recorde de público na vitória sobre o Joinville.

Em Porto Alegre, na Arena do Grêmio, 46.915 pagaram para ver a vitória do São Paulo, 2 a 1.

No Mineirão, 45.991 pagantes, um público que não chega a ser surpreendente para o clássico, Cruzeiro 1 x Atlético 1.

A média de público considerando apenas os jogos dos mandantes é excelente, atingindo a níveis de futebol europeu, números nunca vistos antes na história desse País.

Vejam os números das 10 Arenas que mais receberam público:

1 – Palmeiras, média de 33,090.

2 – Arena Corinthians, 31.705.

3 – Mineirão, 27.644.

4  – Arena do Grêmio, 27.035

5 – Arena Pernambuco, 24.529.

6 – Maracanã, 24.034.

7 – Arena das Dunas, 22.825.

8 – Morumbi, 22.305.

9 – Beira Rio, 17.786.

10 – Arena da Baixada, 16.947.

Os números completos estão no site Sr Gol, neste endereço:


 

O leitor mais apressado, principalmente aqueles da intelligenza, há de dizer: o torcedor de futebol é alienado, o futebol é o ópio do povo e sandices que tais.

Daí, apresento outros números.

O Rio encerrou sua bienal de livros com números igualmente espetaculares: 676 mil visitantes em 11 dias de evento. Foram vendidos 3,7 milhões de livros num evento que teve a arrecadação de R$ 83 milhões.

É ou não é um paradoxo?

Desculpas

Esfarrapadas

Os jogadores de futebol dizem odiar o horário das 11 horas da manhã, o preferido dos torcedores.

Segundo o caderno de Esportes da Folha de São Paulo de hoje, 14/09/2015, os dois maiores públicos do Brasileirão aconteceram em jogo disputados às 11 horas.

1 – São Paulo 3 x Coritiba 1, Morumbi, 59.482 pagantes

2 – Atlético MG 1 x Joinville 0, 55.987, no Mineirão.

Este é um horário perfeito. O torcedor sai de casa ali pelas nove e meia/dez horas da manhã, assiste ao seu time e ali por volta das 13 já está em casa para o almoço com a família ou num bom horário para procurar um bom restaurante.

O torcedor não perde o domingo todo com um jogo.

Os jogadores deveriam ter o mesmo raciocínio: no domingo, às 14 horas, ele estará livre para o almoço com a família ou os familiares, como eles gostam de dizer.

Mas não.

Preferem dizer que o calor é desumano. Realmente, entre 11 e 13 horas, a temperatura é mais alta do que entre 17 e 19 horas.

O corre que isso não acontece todos os domingos. O Corinthians, por exemplo, fez seu primeiro jogo às 11 horas já no segundo turno.

Portanto, não chega a ser uma sangria desatada.

Outra desculpa, que chega a ser ridícula, eu ouvi do atacante Rildo, do Corinthians, em entrevista coletiva. Segundo ele, os jogadores têm familiares e gostam de conversar com eles por telefone até tarde da noite. Daí, não dá para acordar cedo.

Será que não dá para pedir aos familiares para esperar um pouco e conversar à vontade no dia seguinte?

segunda-feira, 7 de setembro de 2015



Esse, sim, foi de tirar o fôlego.

 A história dos jogos entre Palmeiras e Corinthians, chamado em São Paulo de Derby, é cheia de placares avantajados, de jogos históricos.

São dois times antigos – o Corinthians de 1910 e o Palmeiras de 1914. Desde os primeiros jogos estabeleceu-se a rivalidade entre eles.

No primeiro jogo, em 1917, o Palestra Itália (como era chamado o Palmeiras na época), venceu por 3 a 0. Placar que o Corinthians dois anos depois devolveu.

A maior goleada pertenceu ao Palmeiras: 8 a 0, em 1933; o melhor resultado corintiano foi 5 a 1, em 1952.

No cômputo geral, os números são estes: 348 jogos (incluído o último, deste domingo, 5/09/2015); o Palmeiras venceu 122, o Corinthians 120, com 107 empates; do total de 971 gols, o Palmeiras marcou 504 e o Corinthians 467.

Mas o jogo deste domingo foi de fazer justa ao bordão do ótimo narrador Galvão Bueno: “Haja coração!”

A nova e bela casas palmeirense recebeu cerca de 35 mil torcedores, número ate pequeno, se comparados com outros de antigamente, como aquele Palmeiras 1 x Corinthians 0, em 1974, final do Campeonato Paulista, com 120.522 pagantes, números que jamais serão novamente alcançados devido às reformas dos estádios brasileiros que diminuíram a capacidade de público.

Mas, dentro de campo, os dois times deram verdadeiro show de bola. Jogo disputado com muita raça, mas também com técnica; jogadas fortes, mas sem deslealdade; gols que misturaram técnica, oportunismo e sorte.

O Palmeiras fez 1 a 0, aos 18 minutos, com o lateral Lucas num lance em que ele contou coma sorte, já que a bola desviou no lateral corintiano Arana; sei minutos depois, Arena empatava o jogo na ela conclusão de uma bela jogada de Malcon; apenas dois minutos depois, Lucas cruzou para Robinho marcar de cabeça, em jogada de grande oportunismo: 2 a 1.

Pois, aos 37, num bate rebate dentro da área palmeirense, o zagueiro Amaral marcou contra, empatando o jogo: 2 a 2.

Dudu, também de cabeça, colocou o Palmeiras na frente, aos 41 minutos do primeiro tempo: 3 a 2.

Intervalo e tempo para colocar um exordil em baixo da língua.

No segundo tempo, jogo ainda muito disputado, mas que parecia levar par ao empate. Até que aos 43 minutos, numa jogada de pura sorte, o zagueiro corintiano Felipe cabeceou para a bola desviar na cabeça de Vágner Love e empatar definitivamente o jogo: 3 a 3.

Jogaço! Veja os gols:


Gostaria de lembrar que há cerca de um mês falei aqui de Atlético Mineiro 3 x São Paulo 0, no Mineirão, jogo que há muito tempo não via.

Continuo com essa opinião. Lá no Mineirão, o que se viu foi um jogo de alta técnica e também empolgante. O que se viu na Allianz Parque foi um jogo que não teve tanta técnica, mas foi arrebatador: afinal, foram seis gols.


Renasce a Raposa

O adversário não foi assim tão forte, mas a goleada de 5 a 1 do Cruzeiro sobre o Figueirense foi para lavar a alma dos cruzeirense e tirar o time das vizinhanças da pegajosa zona do rebaixamento. Foi a chamada esteia com o pé direito do treinador Mano Menezes.

O próximo é duro, o Flamengo, no Maracanã. Mas uma boa oportunidade para o Cruzeiro provar que se reencontrou nas mãos de Mano Menezes.

Veja os gols:


 
Juiz outra vez

No clássico carioca, o Flamengo teve a mãozinha do juiz e o bração do zagueiro Wallace no passe para o goleador Sheik fazer Mengo 1 a 0.

Entrevistado no intervalo do jogo, o agueiro Wallace na maior cara de pau, sem ficar um pouquinho corado sequer, disse que não se lembrava se bola havia batido em seu braço.

Apesar do erro de jogadas de violência, a vitória do Mengo, 3 a 1, foi justa.

Outro erro do juiz na rodada beneficiou o Santos n empate, 1 a 1, com o Sport, no Recife.

O gol santista, do artilheiro Ricardo Oliveira, foi em tremendo impedimento. Daqueles que, antigamente, a gente dizia que o jogador estava na banheira, com sabonete e tudo.

 

A sonolenta Seleção Brasileira

Jogando contra um adversário fraco, a Costa Rica, nos Estados Unidos, a Seleção do Dunga venceu com magérrimo 1 a 0, num jogo que provocou mais sono do qualquer remédio a base de benzodiazepina.

E, para quem acha que somente os juízes brasileiro erram, o canadense Mathieu Boudreau  errou duas vezes, em dois gols. Para equilibrar, uma de cada lado.