segunda-feira, 25 de maio de 2015

Morno e amarelo


Assisti ao modorrento e horrível jogo entre Fluminense e Corinthians pela televisão, ao lado do meu neto, o corintianíssimo Vinicius, de 12 anos.
Logo nas primeiras imagens, ele me perguntou:
- Ô Vô, por que o Maracanã está tão vazio?
Expliquei que era começo de campeonato, que ainda não havia muito interesse... Ele me interrompeu.
- Vô, não tem interesse? O Corinthians tá completo, o Fluminense também. Eles não estão na Libertadores, então, tem que ter interesse.
Bom, não dá para discutir com o baixinho.
Mas, apesar de todo o seu corintianismo, o Vinicius alternou a televisão com o seu game. Aliás, a televisão ao mostrar o Rivelino nas arquibancadas, mostrou também atrás dele um torcedor mais interessado no celular do que no jogo.
A verdade é essa mesmo. O campeonato está no começo e ainda não pegou.
Mas, se depender do futebol mostrado nessa terceira rodada em, praticamente, todos os jogos, ainda via demorar a pegar.
Até o tão decantado Cruzeiro, arrasador no ano passado, só conseguiu o seu primeiro ponto neste Brasileirão no empate com a Ponte Preta, ontem, no Mineirão e está lá em baixo na tabela.
Mas, na ponta de cima, a situação também é ruim: Sport, Goiás e Corinthians têm o mesmo número de jogos, 3, e o mesmo número de pontos ganhos: 7.
O Sport fez 3 jogos e marcou 7 gols (boa média); o Goiás em três jogos marcou três gols (média fraca); o Corinthians, nos mesmos três jogos, marcou apenas dois gols (média horrível).
A situação para os corintianos não é nada alvissareira.
Guerreiro, o grande artilheiro do time, deverá fazer seu último jogo com a camisa corintiana nesta semana. Depois, se apresenta à Seleção peruana que disputará a Copa América e não volta mais.
Sheik, também artilheiro, mas muito mais polêmico, também vai embora no meio do ano.
Assim, o Corinthians que pintou como o grande time do Brasil no começo de temporada, vai se desfazendo. E a crise financeira aponta para um futuro sofredor.

Os cartões
de todas as cores

No começo do Brasileirão do ano passado, discutiu-se muito a nova orientação quanto à bola ao critério de bola na mão e de mão na bola.
O desencontro na aplicação de tal orientação desencadeou um número recorde de pênaltis por causa do polêmico encontro da bola com a mão.
Este ano a polêmica são os cartões.
A orientação recebida pelos juízes é tolerância zero quanto às reclamações. Reclamou? Leva o amarelo.
Em princípio, isso é muito bom.
Nossos jogadores fantasiam demais. Qualquer entrada um pouco mais dura, o atingido cai, rola por centenas de metros e finge o sofrimento de semanas na UTI.
Daí, os outros companheiros partem pra cima do juiz e logo se forma um bolo em torno do homem do apito.
Isso é preciso acabar mesmo.
O espetáculo que os atletas devem dar é outro, não esse péssimo teatro.
Mas também os juízes não precisam se mostrar tão autoritários, tão ditatórias como tem acontecido nessas primeiras rodadas.
No jogo entre Atlético PR e Atlético Mineiro, o juiz Thiago Duarte Peixoto roubou o espetáculo com duas tremendas mancadas.
Primeira – Douglas Coutinho marcou o gol do Atlético PR e correu para a torcida. Um momento muito legal. Foi abraçado e abraçou os torcedores. Quando voltou ao campo, levou cartão amarelo. O juiz foi orientado para coibir o excesso nas comemorações, está certo. Mas é preciso que haja bom senso. Não me parece que ali tenha havido exagero.
Segunda – Agora, sim, houve exagero. O juiz apontou para o Douglas Coutinho, depois para o chão, a seus pés, mostrando que o jogador tinha que ir até ali para ser punido. Coisa de mãe pirracenta.
O juiz lembrou os piores momentos de exibicionismo autoritário de Armando Marques que parecia chegar ao orgasmo quando obrigava o jogador a ficar aos seus pés para ouvir tremenda esculhambação, numa época em que ainda não se usavam os cartões.
Já a expulsão do gordinho Valter parece que foi justa, a julgar pelo que o juiz escreveu na súmula. Veja e complete os pontinhos:
(Falando primeiro com o auxiliar)"Você não viu a falta, está fazendo o que aí? Não serve para nada, vai tomar no seu c...", foram as palavras ditas por Walter relatadas na súmula eletrônica disponível no site da CBF.
E as ofensas, segundo a súmula, não pararam por aí. O próprio árbitro também afirmou ter sido alvo do atacante, com os seguintes dizeres: "C..., p..., o que você está fazendo? Que marra do c..., apita essa p..., você apitou onde?".


Um comentário:

  1. Nem todos os jogos foram 0 x 0, 1 x 1 ou 1 x 0.

    Bota o neto para assistir o São Paulo.

    3 x 0 e nenhum comentário no Blog?

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