Inaugurado
em 18 de maio de 2014, a tão sonhada casa dos corintianos chega a um ano.
Ao contrário
do que esperavam os corintianos, não há um clima festivo nesta data querida.
Com muitas
dívidas, um elenco colocado em dúvida pelos torcedores, mau momento técnico e
recente eliminação da Libertadores não permitem que a data seja comemorada
festivamente.
O maior público
do novo estádio foi da Copa do Mundo, dia 23 de junho, Países Baixos 2 x Chile
0, 62.996. Naquela época, para satisfazer exigências da Fifa, o estádio tinha
capacidade para 63 mil pagantes, graças às arquibancadas provisórias que foram
removidas após a Copa.
A capacidade
atual total é de 48.234 torcedores.
O
maior público pagante pós-Copa foi no jogo contra o San Lorenzo, pela
Libertadores, 40.744 pagantes, em abril deste ano. Pelo campeonato paulista, o
recorde foi de 38.457 pagantes, no empate com o Palmeiras, 2 a 2,
que valeu a eliminação do Timão no Paulistão.
O custo total da construção é de R$ 1,15 bilhão.
A partir de setembro, o Corinthians passa a pagar R$ 5 milhões mensais ao
BNDES pelo empréstimo de R$ 400 milhões. O total da dívida será pago em 12
anos.
Aparentemente, o pagamento desse empréstimo está sob controle: as rendas dos
jogos no Itaquerão têm sido colocadas numa conta especial exatamente para esse
fim.
A ideia é que o próprio estádio se pague.
Para isso, entretanto, é preciso que o time tenha uma boa campanha para incentivar
o torcedor a comparecer. A eliminação precoce da Libertadores causou um
prejuízo financeiro estimado em R$ 20 milhões pelos dirigentes corintianos.
A Prefeitura de São Paulo deu ao Corinthians R$ 420 milhões em forma de
incentivos fiscais. Porém, a venda desses títulos tem sido um fracasso, graças
a uma ação movida pelo Ministério Público questionando a validade dos
incentivos.
Esse problema levou Corinthians e Odebrecht a contraírem um empréstimo de
R$ 250 milhões para acabar as obras a tempo da abertura da Copa do Mundo.
O maior problema até agora foi não ter conseguido ter conseguido
patrocinador para o nome do estádio.
Eu me lembro que um ano antes da inauguração do estádio, numa conversa
com o então presidente André Sanches, perguntei-lhe se ele não se preocupava
com o fato de o estádio estar sendo chamado de Itaquerão.
- Se o apelido pegar, a venda do nome pode ser prejudicada?,
perguntei-lhe.
Demonstrando muita confiança – talvez excessiva – Sanches me respondeu.
- Isso não será problema. Já fiz um acordo com a Globo e ela vai sempre
dizer o nome do patrocinador. Além de dar retorno, se a Globo usar o nome
oficial, todo mundo vai atrás.
Mas, até hoje não foi encontrado quem pague os R$ 400 milhões pedidos
pelo Corinthians para um contrato de 20 anos.
Também as vendas de camarotes, cadeiras cativas e lojas se arrastam no
mesmo ritmo lento que o time mostra em campo.

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