segunda-feira, 18 de maio de 2015

Itaquerão, um ano.



Inaugurado em 18 de maio de 2014, a tão sonhada casa dos corintianos chega a um ano.

Ao contrário do que esperavam os corintianos, não há um clima festivo nesta data querida.

Com muitas dívidas, um elenco colocado em dúvida pelos torcedores, mau momento técnico e recente eliminação da Libertadores não permitem que a data seja comemorada festivamente.

O maior público do novo estádio foi da Copa do Mundo, dia 23 de junho, Países Baixos 2 x Chile 0, 62.996. Naquela época, para satisfazer exigências da Fifa, o estádio tinha capacidade para 63 mil pagantes, graças às arquibancadas provisórias que foram removidas após a Copa.

A capacidade atual total é de 48.234 torcedores.

O maior público pagante pós-Copa foi no jogo contra o San Lorenzo, pela Libertadores, 40.744 pagantes, em abril deste ano. Pelo campeonato paulista, o recorde foi de 38.457 pagantes, no empate com o Palmeiras, 2 a 2, que valeu a eliminação do Timão no Paulistão.

O custo total da construção é de R$ 1,15 bilhão.

A partir de setembro, o Corinthians passa a pagar R$ 5 milhões mensais ao BNDES pelo empréstimo de R$ 400 milhões. O total da dívida será pago em 12 anos.

Aparentemente, o pagamento desse empréstimo está sob controle: as rendas dos jogos no Itaquerão têm sido colocadas numa conta especial exatamente para esse fim.

A ideia é que o próprio estádio se pague.

Para isso, entretanto, é preciso que o time tenha uma boa campanha para incentivar o torcedor a comparecer. A eliminação precoce da Libertadores causou um prejuízo financeiro estimado em R$ 20 milhões pelos dirigentes corintianos.

A Prefeitura de São Paulo deu ao Corinthians R$ 420 milhões em forma de incentivos fiscais. Porém, a venda desses títulos tem sido um fracasso, graças a uma ação movida pelo Ministério Público questionando a validade dos incentivos.

Esse problema levou Corinthians e Odebrecht a contraírem um empréstimo de R$ 250 milhões para acabar as obras a tempo da abertura da Copa do Mundo.

O maior problema até agora foi não ter conseguido ter conseguido patrocinador para o nome do estádio.

Eu me lembro que um ano antes da inauguração do estádio, numa conversa com o então presidente André Sanches, perguntei-lhe se ele não se preocupava com o fato de o estádio estar sendo chamado de Itaquerão.

- Se o apelido pegar, a venda do nome pode ser prejudicada?, perguntei-lhe.

Demonstrando muita confiança – talvez excessiva – Sanches me respondeu.

- Isso não será problema. Já fiz um acordo com a Globo e ela vai sempre dizer o nome do patrocinador. Além de dar retorno, se a Globo usar o nome oficial, todo mundo vai atrás.

Mas, até hoje não foi encontrado quem pague os R$ 400 milhões pedidos pelo Corinthians para um contrato de 20 anos.

Também as vendas de camarotes, cadeiras cativas e lojas se arrastam no mesmo ritmo lento que o time mostra em campo.

 


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