Pipocam os
pedidos de investigações após as prisões na Suíça.
Sem dúvida
alguma também a maior oportunidade de passar sua história a limpo e garantir um
futuro mais transparente, mais honesto e evitar que essa sujeira de fora entre
em campo.
Não que
dentro de campo ande tudo às mil maravilhas, já que volta e meia são
descobertas maracutaias em torno de resultados de jogos.
Mas as
investigações não podem ser apenas oportunistas.
Romário, hoje
senador e que foi um dos mais ativos deputados federais na legislação passada,
já conseguiu o número de assinaturas necessárias para a instalação de uma CPI
que se propõe a investigar a CBF, seus patrocinadores, realização de jogos da
Seleção Brasileira, as copas da Confederação e do Mundo realizadas aqui no
Brasil.
É oportuno,
como disse acima, que se abram investigações.
As CPIs,
infelizmente, pelo seu passado, não recomendam. Tornam-se palcos, vitrines para
políticos aparecerem na mídia e, mostra a história, terminam em pizza.
Lembro-me da
CPI instalada em 2000 para apurar possíveis irregularidades nas relações da
Nike com a CBF. Foi rumorosa, pois ainda estávamos sob o impacto da perda da Copa
de 1998, na França, e a convulsão do Ronaldo, Fenômeno, minutos antes da final.
Zagallo foi
chamado a prestar depoimento e um deputado insistiu em perguntar-lhe quem era o
encarregado de marcar Zidane que marcou dois gols de cabeça na nossa derrota
por 3 a 0.
Mas, isso é
assunto para se discutido numa CPI?
O fato de o
Brasil ter sido escolhido como sede não me parece ter a menor importância para uma
investigação.
Afinal, a
escolha, em 2007, era óbvia: o Brasil foi o único país que se inscreveu, numa
época em que a Fifa fazia rodízio de continente. Era a vez da América e nada
mais natural que o escolhido fosse o Brasil.
As construções
de estádios, obras de infraestrutura prometidas e nunca acabadas – algumas nem saíram
do papel -, possíveis superfaturamentos esses sim são assuntos que devem ser
investigados.
Assim como a
relação pessoal de cartolas com patrocinadores, enriquecimentos pouco transparentes
ou até inexplicáveis, mordomias em troca de votos – tudo isso deve ser passado
a limpo.
Como o
exemplo vem de cima, o futebol em campo deveria se espelhar na honestidade de
seus dirigentes.
É o que acontece
também na vida dos cidadãos brasileiros: que tal passar a política a limpo para
que possamos mirar nesse espelho?
É possível?
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