quinta-feira, 17 de setembro de 2015



Haja fôlego!

Ao contrário do que se esperava, o Brasileirão vai empolgando cada vez mais.

Após o vexame da Copa do Mundo e da falta de grandes ídolos, confesso, não fazia muita fé neste Brasileirão.

Mas, o fôlego que eu reclamo no título não é tanto pelas emoções causadas pelos jogos da quarta mas, sim, pela falta de tempo para que os times se recuperem dos apertos de desapertos passados na quarta.

Assisti à vitória incrivelmente fácil do Palmeiras em cima do fragilíssimo Fluminense.

Flu que até saiu na frente, mas acabou levando quatro sapatadas. Duas delas, por incríveis falhas de seus zagueiros.

Realmente, me surpreendeu a fragilidade do tricolor carioca.

Ao final do jogo, comentei com meu neto Vinicius, louco por futebol, companheiro de todos os jogos: “Amanhã esse Enderson Moreira não é mais técnico do Fluminense.”

Errei: ele caiu na própria noite de quarta-feira.

Penso: apesar de não jogar bem, acho que o Palmeiras vai embalar.

Aí, confirmo na tabela: próximo adversário, o Grêmio. É, não dá tempo para respirar, para folgar. É clássico em cima de clássico.

O Fluminense vai pegar a Ponte Preta. Jogo fácil, não? Não, não é. A Ponte venceu o Goiás lá no Serra Dourada, ontem, e goleou o Santos no jogo anterior. É um time em ascensão. Qualquer que seja o novo técnico, não será tarefa fácil para o Fluminense. Um empate já estará de bom tamanho.

Às 22 horas, eu e o Vini nos ligamos no Inter x Corinthians.

O Internacional dominou o primeiro tempo, mas quem marcou primeiro foi o Corinthians. Chute do garoto Malcon que desvia no zagueiro e entra.

Vágner Love perde mais um gol. Vini me avisa: “Vô ele já perdeu três. Como ele perde 12 em cada jogo, agora só faltam nove.”

Com apenas lampejos do bom futebol que vem apresentando e que o coloca como líder do Brasileirão, o Timão sai batido: 2 a 1.

O Internacional se aproxima da zona de classificação para a Libertadores e terá um certo refresco no fim de semana: enfrenta o Figueirense pertinho de sua casa, em Florianópolis.

Já o Corinthians não terá a mesma moleza: pega o Santos no domingo, no horário que o torcedor gosta e o jogador odeia: às 11 horas da matina. O jogo será na Arena de Itaquera, o que garante bom público, mas é tarefa das mais complicadas para quem quer manter a liderança do Brasileirão.

O Santos vem de boa. Pegou o vice líder, o Atlético MG, na Vila Belmiro e sapecou-lhe quatro belos gols. Vitória fácil dos meninos da Vila em cima do respeitado Galo mineiro.

Daí, cabe a pergunta: esse mesmo time do Santos, com esses mesmos meninos, andava mal com Osvaldo Oliveira de técnico, deu pequena melhorada para depois cair com o ex-auxiliar Toninho Fernandes e agora dá esse show de bola com o Dorival Jr. (mas é bom lembrar que com o mesmo Dorival levou de três da Ponte no fim de semana).

Como explica?

Ao meu lado, a Primeira Dama desse blog filosofa:

- É o tal do futebol.

O Galo que vinha com excelente campanha só não se distanciou do líder Corinthians graças ao Internacional. Mas, no domingo, enquanto o Corinthians tem o Santos pela frente, o Galo também tem pedreira: pega o Flamengo lá no Mineirão. Nenhum dos dois teve tempo para respirar. Haja fôlego!

Ela, a Primeira Dama, é vascaína. Acompanhou na noite de quarta o andar da carruagem lá no Mineirão.

O Vasco saiu na frente e ela se animou: pintou o campeão!

O empate, 2 a 2, no final, foi ruim para o Vasco e péssimo para o Cruzeiro.

Ruim porque um pontinho não adoça nada na amarga vida do Vasco. Porém, como quem está se afogando agarra até em jacaré. Então, é melhor um ponto do que nada.

Péssimo para o Cruzeiro pois empatar com o lanterna no Mineirão não dá para explicar. O próximo adversário é o Chapecoense, lá em Chapecó. Uma incógnita.

Na hora do almoço de hoje, quinta-feira, informou ao meu neto que acaba de chegar da escola:

- O Dunga convocou o Elias, o Renato Augusto e o Elias.

- O quê?, ele reclama irado. Logo agora que o Corinthians mais precisa deles? Não tinha ninguém lá na Europa para ele convocar? Tem jogo contra o Santos domingo, Vô!

Para aplacar a ira dele, informo:

- No domingo todos eles ainda vão jogar.

Mais calmo com a notícia, ele sentencia com a certeza de seus 12 anos.

- Também o seguinte, viu Vô: time grande não perde duas seguidas...

segunda-feira, 14 de setembro de 2015


 

Paradoxo Brasil

Estamos vivendo a maior crise político-econômica que se tem notícia no Brasil nos últimos 500 anos.

Todos os indicadores econômicos são ruins. Todos.

Dos macros aos micros.

Fomos rebaixados, recentemente, para a segunda divisão da economia mundial. Afastados da credibilidade mundial.

Para usar uma expressão que se tornou lugar-comum dos discursos do criador que criou a criatura que atualmente é presidente do Brasil, nunca antes na história desse País se viu tamanha incompetência, tamanha roubalheira.

Os indicadores mais visíveis são aqueles que nos atingem diariamente: supermercado, açougue, farmácia etc.

É mais fácil constatar, primeiro porque atinge diretamente nossos bolsos cada vez mais combalidos. Segundo porque numa simples visita um supermercado é possível verificar o quanto vaziam eles andam, mesmo nos dias de promoção.

É preciso economizar e gastar apenas com o indispensável, não?

Então como explicar o crescimento dos torcedores nos campos de futebol?

Neste sábado, 22.794 pagantes compareceram ao Allianz Parque para ver a vitória do Palmeiras sobe o Figueirense. Foi o menor público da Arena no Brasileirão.

No domingo pela manhã, 41.809 torcedores estiveram na Arena Corinthians e estabeleceram o novo recorde de público na vitória sobre o Joinville.

Em Porto Alegre, na Arena do Grêmio, 46.915 pagaram para ver a vitória do São Paulo, 2 a 1.

No Mineirão, 45.991 pagantes, um público que não chega a ser surpreendente para o clássico, Cruzeiro 1 x Atlético 1.

A média de público considerando apenas os jogos dos mandantes é excelente, atingindo a níveis de futebol europeu, números nunca vistos antes na história desse País.

Vejam os números das 10 Arenas que mais receberam público:

1 – Palmeiras, média de 33,090.

2 – Arena Corinthians, 31.705.

3 – Mineirão, 27.644.

4  – Arena do Grêmio, 27.035

5 – Arena Pernambuco, 24.529.

6 – Maracanã, 24.034.

7 – Arena das Dunas, 22.825.

8 – Morumbi, 22.305.

9 – Beira Rio, 17.786.

10 – Arena da Baixada, 16.947.

Os números completos estão no site Sr Gol, neste endereço:


 

O leitor mais apressado, principalmente aqueles da intelligenza, há de dizer: o torcedor de futebol é alienado, o futebol é o ópio do povo e sandices que tais.

Daí, apresento outros números.

O Rio encerrou sua bienal de livros com números igualmente espetaculares: 676 mil visitantes em 11 dias de evento. Foram vendidos 3,7 milhões de livros num evento que teve a arrecadação de R$ 83 milhões.

É ou não é um paradoxo?

Desculpas

Esfarrapadas

Os jogadores de futebol dizem odiar o horário das 11 horas da manhã, o preferido dos torcedores.

Segundo o caderno de Esportes da Folha de São Paulo de hoje, 14/09/2015, os dois maiores públicos do Brasileirão aconteceram em jogo disputados às 11 horas.

1 – São Paulo 3 x Coritiba 1, Morumbi, 59.482 pagantes

2 – Atlético MG 1 x Joinville 0, 55.987, no Mineirão.

Este é um horário perfeito. O torcedor sai de casa ali pelas nove e meia/dez horas da manhã, assiste ao seu time e ali por volta das 13 já está em casa para o almoço com a família ou num bom horário para procurar um bom restaurante.

O torcedor não perde o domingo todo com um jogo.

Os jogadores deveriam ter o mesmo raciocínio: no domingo, às 14 horas, ele estará livre para o almoço com a família ou os familiares, como eles gostam de dizer.

Mas não.

Preferem dizer que o calor é desumano. Realmente, entre 11 e 13 horas, a temperatura é mais alta do que entre 17 e 19 horas.

O corre que isso não acontece todos os domingos. O Corinthians, por exemplo, fez seu primeiro jogo às 11 horas já no segundo turno.

Portanto, não chega a ser uma sangria desatada.

Outra desculpa, que chega a ser ridícula, eu ouvi do atacante Rildo, do Corinthians, em entrevista coletiva. Segundo ele, os jogadores têm familiares e gostam de conversar com eles por telefone até tarde da noite. Daí, não dá para acordar cedo.

Será que não dá para pedir aos familiares para esperar um pouco e conversar à vontade no dia seguinte?

segunda-feira, 7 de setembro de 2015



Esse, sim, foi de tirar o fôlego.

 A história dos jogos entre Palmeiras e Corinthians, chamado em São Paulo de Derby, é cheia de placares avantajados, de jogos históricos.

São dois times antigos – o Corinthians de 1910 e o Palmeiras de 1914. Desde os primeiros jogos estabeleceu-se a rivalidade entre eles.

No primeiro jogo, em 1917, o Palestra Itália (como era chamado o Palmeiras na época), venceu por 3 a 0. Placar que o Corinthians dois anos depois devolveu.

A maior goleada pertenceu ao Palmeiras: 8 a 0, em 1933; o melhor resultado corintiano foi 5 a 1, em 1952.

No cômputo geral, os números são estes: 348 jogos (incluído o último, deste domingo, 5/09/2015); o Palmeiras venceu 122, o Corinthians 120, com 107 empates; do total de 971 gols, o Palmeiras marcou 504 e o Corinthians 467.

Mas o jogo deste domingo foi de fazer justa ao bordão do ótimo narrador Galvão Bueno: “Haja coração!”

A nova e bela casas palmeirense recebeu cerca de 35 mil torcedores, número ate pequeno, se comparados com outros de antigamente, como aquele Palmeiras 1 x Corinthians 0, em 1974, final do Campeonato Paulista, com 120.522 pagantes, números que jamais serão novamente alcançados devido às reformas dos estádios brasileiros que diminuíram a capacidade de público.

Mas, dentro de campo, os dois times deram verdadeiro show de bola. Jogo disputado com muita raça, mas também com técnica; jogadas fortes, mas sem deslealdade; gols que misturaram técnica, oportunismo e sorte.

O Palmeiras fez 1 a 0, aos 18 minutos, com o lateral Lucas num lance em que ele contou coma sorte, já que a bola desviou no lateral corintiano Arana; sei minutos depois, Arena empatava o jogo na ela conclusão de uma bela jogada de Malcon; apenas dois minutos depois, Lucas cruzou para Robinho marcar de cabeça, em jogada de grande oportunismo: 2 a 1.

Pois, aos 37, num bate rebate dentro da área palmeirense, o zagueiro Amaral marcou contra, empatando o jogo: 2 a 2.

Dudu, também de cabeça, colocou o Palmeiras na frente, aos 41 minutos do primeiro tempo: 3 a 2.

Intervalo e tempo para colocar um exordil em baixo da língua.

No segundo tempo, jogo ainda muito disputado, mas que parecia levar par ao empate. Até que aos 43 minutos, numa jogada de pura sorte, o zagueiro corintiano Felipe cabeceou para a bola desviar na cabeça de Vágner Love e empatar definitivamente o jogo: 3 a 3.

Jogaço! Veja os gols:


Gostaria de lembrar que há cerca de um mês falei aqui de Atlético Mineiro 3 x São Paulo 0, no Mineirão, jogo que há muito tempo não via.

Continuo com essa opinião. Lá no Mineirão, o que se viu foi um jogo de alta técnica e também empolgante. O que se viu na Allianz Parque foi um jogo que não teve tanta técnica, mas foi arrebatador: afinal, foram seis gols.


Renasce a Raposa

O adversário não foi assim tão forte, mas a goleada de 5 a 1 do Cruzeiro sobre o Figueirense foi para lavar a alma dos cruzeirense e tirar o time das vizinhanças da pegajosa zona do rebaixamento. Foi a chamada esteia com o pé direito do treinador Mano Menezes.

O próximo é duro, o Flamengo, no Maracanã. Mas uma boa oportunidade para o Cruzeiro provar que se reencontrou nas mãos de Mano Menezes.

Veja os gols:


 
Juiz outra vez

No clássico carioca, o Flamengo teve a mãozinha do juiz e o bração do zagueiro Wallace no passe para o goleador Sheik fazer Mengo 1 a 0.

Entrevistado no intervalo do jogo, o agueiro Wallace na maior cara de pau, sem ficar um pouquinho corado sequer, disse que não se lembrava se bola havia batido em seu braço.

Apesar do erro de jogadas de violência, a vitória do Mengo, 3 a 1, foi justa.

Outro erro do juiz na rodada beneficiou o Santos n empate, 1 a 1, com o Sport, no Recife.

O gol santista, do artilheiro Ricardo Oliveira, foi em tremendo impedimento. Daqueles que, antigamente, a gente dizia que o jogador estava na banheira, com sabonete e tudo.

 

A sonolenta Seleção Brasileira

Jogando contra um adversário fraco, a Costa Rica, nos Estados Unidos, a Seleção do Dunga venceu com magérrimo 1 a 0, num jogo que provocou mais sono do qualquer remédio a base de benzodiazepina.

E, para quem acha que somente os juízes brasileiro erram, o canadense Mathieu Boudreau  errou duas vezes, em dois gols. Para equilibrar, uma de cada lado.

 

 

 

sábado, 5 de setembro de 2015



Juízes, árbitros, erros & acertos.

 

Há uma discussão ociosa entre companheiros de imprensa, torcedores e juízes de futebol sobre a
maneira correta de se designar os homens do apito: juiz ou árbitro?

Tanto faz um como o outro. Mas, para fundamentar minha opinião fui até o Michaeles, dicionário conceituadíssimo, em busca apoio. Lá está:

juiz
ju.iz
sm (lat judice) 1 O que tem autoridade e poder para julgar e sentenciar. 2 Membro do poder judicial. 3 Membro de um júri. 4 Árbitro, julgador. 5 O que nos certames e jogos faz cumprir as regras estabelecidas.

E segue uma quantdade imensa de outras definições.

O que não vale é chamar de mediador, como os companheiros de rádio de antigamente costumavam dizer. Mediador é outra coisa.

Mas o certo é que eles erram. Eu parto do princípio de que não existe juiz ladrão. Existe juiz que erra, como é passível de erro qualquer ser humano.

O caderno de esportes da Folha de São Paulo deste sábado, 05/09/2015 traz excelente reportagem sobre o assunto. Reuniu uma comissão formada por cinco de seus jornalistas esportivos mais o respeitabilíssimo colunista Paulo Vinícius Coelho e estudaram os 220 jogos do campeonato brasileiro em busca de erros dos juízes. Levaram em conta apenas aqueles erros que influíram no placar final do jogo. Chegaram a 25 erros. É pouco mais de um erro por rodada, já que estamos na rodada número 23 do Brasileirão.

25 erros GRAVES
Os lances em que a arbitragem falhou


3ª rodada

1
Avaí fez gol após a bola ter saído
Resultado: Avaí 2 x 1 Flamengo
Prejudicado: Flamengo


4ª rodada

2
Santos marcou gol impedido
Resultado: Santos 2 x2 Sport
Prejudicado: Sport


3
Fluminense fez gol de pênalti que não existiu
Resultado: Flamengo 2x3 Fluminense
Prejudicado: Flamengo


8ª rodada

4
Gol mal anulado de Pato
Resultado: São Paulo 1x1 Avaí
Prejudicado: São Paulo


5
Árbitro deixou de marcar pênalti em toque de mão na bola de Daniel Guedes, do Santos
Resultado: Santos 1x0 Corinthians
Prejudicado: Corinthians


9ª rodada

6
Juiz marcou falta em Diego Souza, que fez gol na cobrança; mas o meia fez falta, e não sofreu
Resultado: Chapecoense 1x1 Sport
Prejudicado: Chapecoense


7
Juiz não viu impedimento no gol da Chapecoense
Resultado: Chapecoense 1x1 Sport
Prejudicado: Sport


12ª rodada

8
Guerrero fez gol após receber passe de Canteros, que estava impedido
Resultado: Internacional 1x2 Flamengo
Prejudicado: Internacional


9
Árbitro não validou gol do Palmeiras por não ver que a bola cruzou a linha
Resultado: Palmeiras 3x0 Avaí
Prejudicado: Palmeiras


13ª rodada

10
Flamengo teve gol mal anulado por marcação de impedimento de Jonas
Resultado: Flamengo 0x3 Corinthians
Prejudicado: Flamengo


11
O Fluminense teve pênalti não marcado por mão na bola
Resultado: Atlético-PR 1x2 Fluminense
Prejudicado: Fluminense


12
Árbitro marcou pênalti inexistente a favor do Inter
Resultado: Joinville 0x2 Internacional
Prejudicado: Joinville


14ª rodada

13
Juiz marcou corretamente pênalti a favor do Sport, mas voltou atrás e sinalizou falta fora da área
Resultado: Sport 2x0 São Paulo
Prejudicado: Sport


15ª rodada

14
Fluminense teve gol mal anulado por toque de mão na bola de Marcos Júnior
Resultado: Chapecoense 2x1 Fluminense
Prejudicado: Fluminense


15
Uendel desviou a bola com o braço, mas árbitro não marcou o pênalti
Resultado: São Paulo 1 x 1 Corinthians
Prejudicado: São Paulo


18ª rodada

16
Árbitro não marcou toque de mão na bola dentro da área de Erazo, do Grêmio
Resultado: Atlético-MG 0x2 Grêmio
Prejudicado: Atlético-MG


17
Árbitro não assinalou empurrão de Thiago Ribeiro em Galhardo, do Grêmio, dentro da área
Resultado: Atlético-MG 0x2 Grêmio
Prejudicado: Grêmio


19ª rodada

18
Apodi, da Chapecoense, ajeitou a bola com o braço antes de fazer o gol da vitória
Resultado: Chapecoense 2x1 Atlético-MG
Prejudicado: Atlético-MG


19
Avaí teve gol anulado por impedimento marcado erroneamente
Resultado: Avaí 1x2 Corinthians
Prejudicado: Avaí


21ª rodada

20
Inter teve pênalti não marcado após empurrão em Eduardo Sasha
Resultado: Avaí 3x0 Inter
Prejudicado: Inter


22ª rodada

21
Palmeiras teve um gol anulado
Resultado: Goiás 1x0 Palmeiras
Prejudicado: Palmeiras


22
Palmeiras teve um toque de mão de jogador do Goiás dentro da área não marcado
Resultado: Goiás 1x0 Palmeiras
Prejudicado: Palmeiras


23
Fluminense teve gol mal anulado por impedimento
Resultado: Corinthians 2x0 Fluminense
Prejudicado: Fluminense


24
A Ponte Preta teve gol mal anulado por impedimento, além de pênalti não marcado em Borges
Resultado: Ponte Preta 1x2 Cruzeiro
Prejudicado: Ponte Preta


25
Árbitro assinalou incorretamente pênalti para o Atlético-PR
Resultado: Atlético-MG 0x1 Atlético-PR
Prejudicado: Atlético-MG


Na arbitragem pode se aplicar o ditado: pau que dá em Chico também dá em Francisco. Ou seja: o time beneficiado de hoje, pode ser o prejudicado de amanhã.

Simples assim.

terça-feira, 1 de setembro de 2015


Afinal, quem é realmente ídolo?

 

No jurássico ano de 1968 recebi pauta no Jornal da Tarde para responder à pergunta do título.

Afinal, todo craque é ídolo? Todo ídolo é craque?

Passei dias e dias conversando com jogadores de futebol, técnicos, dirigentes para chegar quase que a lugar nenhum.

A pauta era pretensiosa, mas a pergunta muito difícil de ser respondida.

Naqueles dias estava sendo desfeita respeitável dupla de meio-campo do Corinthians. Desfeita pela ação do tempo: um era muito novo e outro já velho para o futebol.

Rivellino e Dino Sani.

Jogaram juntos e poderiam ter formado histórica dupla, não fosse a diferença de idade.

Dino Sani era clássico, combativo, enérgico, batalhador. Rivellino era craque, simples assim.

Dino pendurou as chuteiras e abraçou o cargo de técnico do Corinthians, numa época ruim.

O Timão não vencia o Santos há cerca de 10 anos, tempo também em que não conquistava o título de campeão paulista (o último havia sido em 1954).

Fui conversar com Dino Sani que era o rei do lugar comum. Era duro entrevistar o calado Dino Sani. Quando perguntávamos sobre um jogo passado ou futuro, ele invariavelmente vinha com essa resposta:

- No futebol só uma coisa é possível acontecer: vencer, empatar ou perder.

Pois foi com Dino Sani que eu ouvi a melhor definição sobre o ídolo do futebol. Saindo da mesmice costumeira, ele ensinou:

- Ídolo é aquele que pode vestir a camisa de qualquer time. Qualquer torcedor quer vê-lo vestindo a camisa de seu time. Ele está acima do ódio ou da bronca do torcedor.

Acho que melhor definição, não há.

Eu diria também que o ídolo não tem idade.

Aí estão Gabriel Jesus e Ademir da Guia para confirmar o que eu digo.

Todos os times têm seus jogadores famosos, alguns bons de bola, outros, poucos, que se tornam ídolos.

Outra particularidade é que o ídolo também pode ser apenas pessoal.

Meu grande ídolo no futebol foi o camisa 10 do América MG, Zuca, que no final dos anos 1950 deixou o meu time foi defender as cores do Newells Old Boys, da Argentina. Quem se lembra de Zuca?

Vários corintianos surgiram com ídolos, de Neco nos anos 20, passando por Baltazar, Rivellino, Sócrates, Neto (ídolo ou xodó?), Casagrande, Basílio, Vladmir.

Quem é o ídolo atual dos corintianos?

Os palmeirenses reverenciaram Junqueira, de priscas eras, a Oberdan, Julinho, Admir da Guia, o incontestável Marcos (Leão foi craque, mas foi ídolo?), Evair, Leivinha, Luís Pereira.

Os são-paulinos tiveram Poy, Bauer (o Monstro do Maracanã), Leônidas, Dario Pereyra, Oscar, Belline, Pedro Rocha (Zizinho, o Pelé dos anos 40-50 foi um craque, mas chegou a ser ídolo da torcida tricolor?). Mais do que ídolo, a torcida do Tricolor já transformou Rogério Ceni em Mito.

No Santos, vamos deixar Pelé de lado. Araken Patuska, Mengálvio, Coiutinho, Pepe, o líder Zico, o capitão Carlos Alberto, Robinho, Neymar e esses garotos que brotam no santos como tiririca no gramado.

Do Flamengo eu me lembro logo de Dequinha que foi meu ídolo quando, garoto, morei no Rio de Janeiro. O maior de todos, claro, foi Zico. Mas os flamenguistas não se esquecem de Adílio, Andrade, Júnior Pektovick...

Falar em Fluminense, fala-se no grande goleiro Castilho. Mas, os pó-de-arroz lembram-se saudosos de Preguinho que, além do futebol, disputava também outras sete modalidades esportivas. O vigoroso zagueiro Pinheiro; Telê Santana, o ponta direita magrinho apelidado de Fio de Esperança; Renato Gaúcho.

O Botafogo quase merece uma edição especial. Para começar, o irrequieto Heleno de Freitas; o rápido Quarentinha; o classudo Didi, Zagallo, o Formiguinha; Amarildo, o Possesso; o Gérson, o Canhotinha. Claro, claro, Garrincha, a Alegria do Povo – talvez, o maior ídolo do futebol brasileiro.

O Vasco teve Almir, o Pernambuquinho; Belline; Barbosa, o goleiro sacrificado pela Copa de 50; Andrada, que levou o milésimo gol de Pelé; Domingos da guia, o zagueiro elegante; Edmundo, o Animal; Ademir Menezes, o Queixada; Roberto Dinamite, o Artilheiro; Romário, o maior Baixinho do Mundo; Vavá, o Peito de Aço.

O Atlético Mineiro teve Kafunga, um dos mais longevos goleiros do futebol brasileiro; Dadá Maravilha, o Beija Flor; Reinaldo, o Rei.

No Cruzeiro, Procópio, zagueiro de fino trato; Piazza; Dirceu Lopes; Tostão, acredito eu, o maior de todos; Ronaldinho, que o mundo conheceria, mais tarde, como Fenômeno; Raul, o goleiro da camisa amarela.

No Inter, Falcão; Carpegiani; Figueiroa, um baita de um zagueiro; Taffarel; Manga, outro grande goleiro; Chinesinho, um craque.

No rival Grêmio, o centroavante Alcindo nunca é esquecido; como também o zagueiro Hugo de Leon; o lateral esquerdo Everaldo, razão da primeira estrela na camisa do Grêmio; Calvet; Ronaldinho Gaúcho, talvez a maior revelação do Clube.

No Bahia, sem dúvida alguma, o maior ídolo é Bobô.

Já o Vitória faz questão sempre de homenagear, Dida, Vampeta e Bebeto que nasceram lá e chegaram à Seleção Brasileira.

Os torcedores do Timbu se remetem aos anos 1930 para lembrar Fernando Cavalheira, grande ídolo do Náutico. Por falar em ídolo, o clube está de luto com a morte de Lala, ocorrida no mês passado, aos 69 anos de idade. O ex-atacante disputou 94 jogos da campanha do Timbu no hexacampeonato pernambucano e marcou 24 gols nos seis campeonatos, de 1960 a 1968.

O Santa Cruz rende homenagem a Nunes ali revelado e que chegou à Seleção brasileira depois de brilhar no Flamengo; Rivaldo, também prata da casa; Ramón, que foi artilheiro do Brasileirão de 1973.

O Sport homenageia sempre dois grandes goleadores, ídolos nacionais: Ademir Menezes e Vavá, ambos revelados em suas categorias de base. Também o goleirão Manga e Juninho Pernambucano que se tornou ídolo do Vasco e do Paris Saint-Germain.

Enfim, a lista é interminável.

Poderia lembrar também os intermináveis Zé Roberto (40, Palmeiras); Dimba, 41, Goiás; Magno Alves, 39 anos, Fluminense; Amaral, 42 anos ex-Palmeiras, agora no Capivariano-SP; Viola, 46, Taboão da Serra; Marcelinho Paraíba, 40 anos, Joinville, Muller, 49 anos, no Fernandópolis-SP; Túlio Maravilha, 46 anos, que começou a carreira ainda moleque no Goiás e hoje, depois de passar por 39 times, entre idas e vindas, defende o Atibaia-SP.