quarta-feira, 14 de outubro de 2015


Os turistas venezuelanos.

 

Sempre que se faz uma viagem, é normal trazer daquele lugar uma lembrancinha.

Algo que represente o local visitado, a cultura, uma bebida, uma comida.

Ou algo que Você não encontra em sua terra.

Quem vai a Minas, volta sempre trazendo um queiro ou uma boa cachacinha.

Da Argentina, trazemos vinhos e saboreamos a excelente carne.

Do Chile, vinhos.

Assim como na França, na Itália e também na Espanha.

Da Bélgica, as melhores cervejas do mundo.

Pois os jogadores venezuelanos que enfrentaram o Brasil na noite de terça-feira, em Fortaleza, também foram às compras.

Encheram sacolas com pasta de dente, sabonetes, desodorantes, papel higiênico... coisas do tipo.

É alguma especialidade brasileira? Talvez uma grande novidade?

Não, nada disso.

É que lá no país deles, esses produtos básicos para a higiene são difíceis de encontrar e, quando encontrados, vendidos a preços exorbitantes quase sempre no mercado negro.

Esse é o retrato da Venezuela chavista de hoje, a Venezuela tão queridinha da nossa alegre esquerda.

Aliás, eis aí uma boa sugestão de presentes que pululantes esquerdistas podem mandar para o povo venezuelano: nada de livros de Marx, de conceitos leninistas, de camisetas com fotos de Guevara: eles querem coisas mais simples, de maior utilidade.

Aliás, me lembrou outro queridinho da nossa plangente esquerda: Cuba.

Há alguns anos a Seleção de basquete de Cuba estava no Brasil para disputar a Copa América. Hospedaram-se no mesmo hotel que a Seleção Brasileira.

Fui entrevistar a Hortência e, no meio da conversa, ela me falou sobre a convivência com as alegres meninas cubanas.

Chamou-lhe a atenção, entre outros, dois fatos:

1 – As meninas não saíam à noite por causa das novelas da Globo. Não queriam perder um capítulo. E insistiam em procurar alguém que soubesse o fim de uma novela global que estava sendo exibida na Ilha e que já fora exibida aqui no Brasil há uns 10 anos.

2 – Uma das meninas queria de todo jeito comprar uma porta de carro, um Fusca, para levar para o pai dela; o carro não tinha aporta de um lado e nem havia onde comprar.

Chaves, Fidel, Evo, Lula..

.

Mudou sim.

E como mudou.

Galvão Bueno repetiu à exaustão, durante a transmissão do jogo Brasil e Venezuela, que aquele era outro jogo.

Nada daquilo que havíamos visto contra o Chile, na derrota por 2 a 0.

“Agora, meu amigo, é outra coisa” trovejou ele.

É, mudou, sim, Galvão: mudou o adversário.

Também me chamou a atenção ontem o Oscar: é gente boa, um garoto tranquilo, provavelmente sem vícios, enfim, daria um excelente genro.

Mas, como jogador de Seleção Brasileira...

 

 

terça-feira, 6 de outubro de 2015



Avenida Morumbi Sem Número

 

Era ainda criança lá em Belo Horizonte e já ouvia falar no São Paulo Futebol Clube e na minha cabeça ficaram marcadas duas verdades sobre o São Paulo: uma era sua histórica linha média de Rui, Bauer e Noronha; a outra é de que se tratava de um time de elite, de gente fina.

Eu morava na periferia de Belo Horizonte e ficava imaginando o que seria um time de elite.

Muitos anos depois, já sabendo o que era um time de elite, mudei-me para São Paulo convidado para trabalhar no Jornal da Tarde.

Tive oportunidade, então, de conhecer de perto e por dentro o que era um time de elite.

Sim, assim era o São Paulo.

Os dirigentes mais importantes eram chamados de cardeais. Não se discutia crise financeira no clube, embora o Morumbi, ainda inacabado, consumisse toda a verba do futebol. Não havia dinheiro para comprar craques.

Ainda assim, o Tricolor abusou e contratou dois de uma só vez: Gerson e Toninho Guerreiro.

Gerson, o craque botafoguense, o Canhotinha da Seleção Brasileira seria o novo cérebro do time; Toninho Guerreiro, o artilheiro do Santos, seria o goleador.

Na estreia dos dois, o Tricolor levou goleada de 5 a 2 do Atlético Mineiro, em pleno Morumbi. Eu estava lá.

Como time de alto nível que se prezava, não houve crise. Técnico do São Paulo não era demitido assim-assim. Por isso, Diede Lameiro voltou para casa, em São José dos Campos, tranquilo. A oposição mantinha respeitoso silêncio.

Aquele era um time de elite.

O mundo mudou. O São Paulo também.

Naquela época, brigas, desentendimentos eram muito comuns no Corinthians Por isso, quando se referiam ao Timão, muita gente falava “o time da Marginal Sem número”.

Na manhã dessa terça-feira, fico sabendo que uma reunião de diretoria do São Paulo na noite de segunda-feira terminou em sonora pancadaria.

O Vice presidente, Ataíde Gil Guerreiro, talvez para fazer jus ao nome, partiu para cima do presidente Miguel Aidar e o derrubou com um soco. Como dois garotos de grupo, rolaram pelo chão sob as vistas de outros incrédulos diretores e apavorados hóspedes do hotel onde se deu a pugna.

O São Paulo mudou.

O presidente elegeu o seu sucessor. Normal. O sucessor brigou com o antecessor e o colocou para fora. E a briga foi pública, através da imprensa.

Já não é normal para o modo de vida da elite.

De repente, o Tricolor está devendo uma grana preta. Um déficit assustador.

Nem na época da construção do Morumbi se deveu tanto. Ou se deveu, ninguém ficou sabendo porque esse tipo de notícia não atravessava as arquibancadas do Estádio Cícero Pompeu de Toledo.

Reunião do São Paulo, que sempre começou com elegantes brindes terminava em afáveis abraços.

Hoje termina em troca de porradas.

É, o São Paulo mudou.

Talvez seja o clube da Avenida Morumbi Sem número.

 

segunda-feira, 5 de outubro de 2015




Ah!, esse Brasileirão.
 

Escrevi há alguns dias, aqui nesse valioso espaço, que o Campeonato Brasileiro é o maior campeonato de futebol do mundo.

Claro que houve quem concordasse e quem ficasse contra.

Geralmente, quem é contra se manifesta mais e costuma ser mais amargo, cáustico e até mais violento em suas observações.

Os mais serenos disseram que eu não entendo nada de futebol. Teve leitor que me acusou de estar delirando. Outros disseram que era patriotada.

Meu argumento é simples: os mais importantes campeonatos nacionais do mundo são sempre decididos entre dois ou três times.

No Brasileirão, assim numa olhada rápida, pelo menos 10 times tem chances reais de ser campeões.

No caso do Brasileirão-2015 há uma verdadeira gangorra entre os quatro primeiros colocados.

O Corinthians tem sido o time mais regular mas ainda não está seguro o bastante para se sentir campeão. São nove rodadas pela frente e o empate com a Ponte Preta neste fim de semana colocou o Galo mineiro cocoricando em seu cangote.

São apenas cinco pontos a separá-los.

O Grêmio por sua vez, faz o calor de seu chimarrão já quase chamuscar as penas do Galo.

São seis pontos a separá-los.

Em quarto lugar está o Santos, um fenômeno. Por três vezes os santistas derraparam na zona de rebaixamento e agora estão entre os quatro primeiros.

São 15 pontos a separá-lo do líder Corinthians.
É uma distância muito grande, imensa. Mas é bem menos do que aquela distância quando patinou na escorregadia zona do rebaixamento.

O São Paulo vem em quinto lugar com os mesmos 46 pontos do Santos e uma dúvida que persegue seus torcedores: qual será o desempenho do Tricolor no próximo jogo: vai arrasar ou ser arrasado? O técnico fica ou vai embora?

Outro cheio de dúvidas é o Palmeiras, sexto lugar, com 45 pontos. Brilha num jogo, desaparece no outro.

Vejam só:

- Massacrou o Fluminense no Maracanã: 4 a 1.

- Bela vitória em cima do Grêmio, no Pacaembu, 3 a 2.

- Empatou com o Internacional, em Porto Alegre, e depois venceu na Allianz Parc num jogo empolgante pela raça dos dois times.

- Empatou com o São Paulo, resultado normal para um clássico.

- Foi massacrado pela Chapecoense, 5 a 1, lá em Chapecó.

Enfim, o torcedor palestrino também nunca sabe qual será o desempenho do próximo jogo.

Mas, a quarta vaga do G4, onde está o Santos, está aberta. Também a disputam: São Paulo, Palmeiras, Flamengo e Internacional.

Lá em baixo é que as coisas estão mais ou menos definidas: Joinville, lanterna, Vasco, em 19º; Figueirense, em 18º e Goiás, em 17º parecem condenados.

É verdade que o Coritiba, em 16º com 33 pontos, e o Avaí, 15º, também com 33 estão a um passo do abismo.
 

Boa Notícia

 
Apesar da chapuletada de ontem, eis uma boa notícia para os palmeirenses: está nas bancas a revista "Palmeiras, Edição Histórica, A História de uma Paixão".
Revista que eu e o também jornalista Silvio Natacci fizemos com muito carinho, contanto a gloriosa história do Palmeiras. É uma publicação On Line Editora.
Já, nas bancas.



Triste Notícia

Lá se vai mais um amigo
Morreu nesta manhã em João Pessoa meu cunhado, o irmão da Vera, Francklim Teixeira da Silva. O Francklin tinha 68 anos e morreu embolia pulmonar. Em 1968 eu o trouxe de Belo Horizonte para São Paulo. Ele trabalhou no Estadão, no Departamento de Circulação. Formou-se em jornalismo aqui em SP. Alguns anos depois mudou-se para João Pessoa.
Foi sempre um ótimo companheiro.
Que Deus o tenha