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| Avenida Paulista exalando Democracia no domingo |
Doce cheiro da democracia
Senti-me
emocionado e importante por participar de tão importante momento da vida do
nosso, ainda, verde e amarelo Brasil.
As palavras
de ordem eram gritadas, aplaudidas e repetidas: “Fora, Dilma!” , “Lula ladrão,
seu lugar é na prisão!”, “Abaixo a corrupção!”, uma delas mais longa e muito
repetida: “A nossa / bandeira jamais será vermelha”.
O clima de
patriotismo, as palavras de ordem me remeteram para as violentas manifestações
após o golpe de 64.
Nas
primeiras delas, eu era apenas um cidadão, trabalhando como linotipista nas
oficias do jornal Minas Gerais; mais tarde, já participava como jornalista
cobrindo o eventos.
Nos dois
casos, era preciso muita rapidez para correr e não apanhar da polícia. Primeiro,
lá em Belo Horizonte, depois em São Paulo, já no Jornal da Tarde.
Em BH, muros
e paredes apareciam pixados com inscrições do tipo “Yankees, go home”!, “Gordon,
go home”. Se referia Lincoln Gordon o embaixador norte-americano no Brasil que teve
participação ativa no golpe de 1964.
Em São
Paulo, já se cantava “O povo unido, jamais será vencido”. E também “Pra não
dizer que não falei das flores”, belíssima canção de Geraldo Vandré.
Nos dois
casos, eram bombas de lacrimogênio, tiros com balas de verdade e cavalarias em
cima dos manifestantes. Fora as prisões seguidas de porradas no Dops.
Tudo isso, a
gente fazia pensando que estava lutando contra a ditadura militar, a favor da
democracia. Aliás, coisa que a presidente Dilma volta e meia gosta de relembrr:
“Lutei cntra a ditadura para trazer de volta a democracia”... diz ela, quando
se faz entender.
Em um debate
na Folha, o jornalista Fernando Gabeira disse: “Havia muita gente lutando pela
democracia naquela época, mas não nós do grupo armado. Nós queríamos derrubar a
ditadura e implantar a ditadura do proletariado. Não dá para voltar atrás e
querer consertar o passado, dizendo agora que estava lutando pela democracia”.
Quando
mentira a gente ouve hoje dos ex-guerrilheiros armados que se colocam como
mártires defensores da democracia.
Na verdade,
o povo era apenas massa de manobra (a tal luta de classes) para derrubar a
ditadura militar e impor a ditadura do proletariado, um regime imaginado pela
teoria de Karl Marx há 200 anos e que até hoje não saiu do plano teórico.
Mas,
voltando à democrática avenida Paulista, cada um dava a mensagem que queria.
Hoje, segunda-feira,
vejo nesse incrível mundo do Facebook que uma velhinha carregava um cartaz
dizendo que a Dilma deveria ter morrido na prisão.
O pessoal da
esquerda fofa logo apontou a periculosidade da velhinha, uma terrorista
sanguinária. O cartaz rolou pela internete como se aquela tivesse sido a
mensagem de 200 mil pessoas na avenida Paulista.
Ah!, como
essa esquerda é fofa.
Enquanto
isso, não muito distante dali, o pessoal da Cut se reunia em apoio ao
ex-presidente Lula. Foram 600 pessoas levadas de ônibus pela Cut: receberam
sanduíche e tubaína. Uma festa!
Pró Lula,
600 pessoas; abaixo o PT e a corrupção, 200 mil.
Não sei por que,
mas me lembrei de Brasil x Alemanha.

Movimento que precisa ser levado às urnas, contra os vagabundos dos parlamentares, vergonha do País.
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