quinta-feira, 30 de julho de 2015


Muito bom de bola esse Lucas Pratto
 
O jogo mais que perfeito

Há muito tempo eu não assistia a um jogo de futebol do nível de Atlético 3 x São Paulo 1, da noite desta quarta-feira, no Mineirão.

Excelente público, excelente gramado, dois times que buscaram o tempo todo o gol adversário, respeito entre os jogadores e até a arbitragem quase perfeita.

Aliás, seria tudo perfeito para mim se eu estivesse no Mineirão. Mas, daqui de São Paulo, vi o jogo pela televisão.

Talvez tenha sido até melhor, pois pude curtir cada lance por mais de uma vez, principalmente os gols.

Puxo pelo memória e não consigo me lembrar de quando foi o último jogo do futebol brasileiro que eu tenha assistido, com tamanho nível.

Não, não me lembro.

Foi um jogo objetivo de altíssimo nível técnico. Os zagueiros saíam jogando, procurando o companheiro do meio campo que davam sequência à jogada. Nada de chutões.

Os atacantes tentavam criar as jogadas e eram contidos por zagueiros técnicos ou por goleiros experientes e muito competentes. Nada de faltas, empurrões, botinadas. Nem mesmo aqueles agarrões costumeiros nas cobranças de escanteios.

O jogo foi igual, apesar do placar de 3 a 1.

Cada time concluiu 13 jogadas. Mas as bolas do Galo entraram, do Tricolor não.

A proposta de jogo do São Paulo foi perfeita: partiu para cima e supreendeu seu adversário. Nos primeiros 20 minutos, o São Paulo perdeu pelo menos três ótimas chances de marcar.

Mas o Atlético não.

No seu primeiro ataque de verdade, fez 1 a 0 com esse excelente Lucas Pratto. É incrível seu senso de oportunismo, a facilidade como resolve as jogadas. E Pratto não é aquele jogador apenas finalizador, aquele que só empurra a bola pra dentro do gol: ele tem técnica, além da raça comum dos argentinos.

Os são-paulinos reclamam que o placar não foi justo. A justiça seria feita, segundo eles, se o jogo terminasse 3 a 3 ou 4 a 4.

Eu defendo a ideia de que campo de futebol não é tribunal de justiça. Para mim, a vitória do Galo configura a vitória da meritocracia: além de jogar bem, o Atlético foi mais competente nas finalizações.

Mas, qual o segredo do Atlético?

Não sei se o Galo joga sempre assim (aliás, até vou assistir a mais jogos do líder para poder comprovar), mas no jogo desta quarta-feira, a impressão que eu tinha era que o Atlético estava sempre com jogadores a mais. Tanto no ataque quanto na defesa.

E por que isso?

Simples: os jogadores do Galo participaram mais do jogo.

Dos 10 jogadores da chamada linha, nove participaram do jogo, praticamente, o tempo todo. O décimo é o atacante Lucas Pratto que não participou tanto: apenas fez três gols. “Apenas”, disse eu.

Dos 10 jogadores de linha do São Paulo, só seis participaram o tempo todo. Michel Bastos, Ganso, Pato e Luís Fabiano tiveram participações pontuais.

O Pato da noite de quarta-feira foi o jogador que vi muita vezes no Corinthians: sumido em campo e perdendo gols.

Luís Fabiano, com aquele seu jeito de andar de urubu malandro, joga sempre numa pequena faixo do campo, entre a intermediária e a área adversária. É espaço pequeno, mas ele costuma ser muito eficiente. Desta vez não foi.

Ganso, que sempre achei um craque, desde que saiu do Santos nunca mais foi o mesmo. Nesse jogo, fez o passe preciso para o gol de Pato e só.

Para azar do São Paulo, Michel Bastos que é um bom jogador não conseguiu se encontrar.

Sem esses quatro jogadores, principalmente os dois do meio campo - Ganso e Michel – seria mesmo impossível vencer.

Aliás, mesmo se eles tivessem jogado bem, já seria difícil vencer essa entrega do time atleticano.

E apesar de toda movimentação pelo campo, de tamanha participação, a impressão que eu tive é que os jogadores do Galo não terminaram o jogo tão cansados. Talvez, por um motivo muito simples: eles correram muito, mas fizeram a bola correr muito mais.

Se o Atlético mantiver um nível de jogo parecido com esse, o título brasileiro vai ficar mais uma vez dentro dos belos horizontes da Capital mineira.

E com justiça.

2 comentários:

  1. A diferença, querido Marinho, está no comportamento e no envolvimento dos atletas dos dois times. Na frente, Fabiano e Pato se tornaram rivais. No meio, Hudson e T Mendes não acertam passes de cinco metros. A defesa é uma das mais fracas da história. RC merecia fim de carreira mais digno. Aidar não teve ter competência nem para montar time de bocha. Abração.

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  2. Recebi este comentário do Fernando Portela:

    Perdi e não fiquei puto. Foi muito bom mesmo.
    Bração


    Fernando Portela
    http://fernandoportela.wordpress.com/

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