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| Muito bom de bola esse Lucas Pratto |
O jogo mais que perfeito
Há muito
tempo eu não assistia a um jogo de futebol do nível de Atlético 3 x São Paulo
1, da noite desta quarta-feira, no Mineirão.
Excelente
público, excelente gramado, dois times que buscaram o tempo todo o gol
adversário, respeito entre os jogadores e até a arbitragem quase perfeita.
Aliás, seria
tudo perfeito para mim se eu estivesse no Mineirão. Mas, daqui de São Paulo, vi
o jogo pela televisão.
Talvez tenha
sido até melhor, pois pude curtir cada lance por mais de uma vez,
principalmente os gols.
Puxo pelo
memória e não consigo me lembrar de quando foi o último jogo do futebol
brasileiro que eu tenha assistido, com tamanho nível.
Não, não me
lembro.
Foi um jogo
objetivo de altíssimo nível técnico. Os zagueiros saíam jogando, procurando o
companheiro do meio campo que davam sequência à jogada. Nada de chutões.
Os atacantes
tentavam criar as jogadas e eram contidos por zagueiros técnicos ou por
goleiros experientes e muito competentes. Nada de faltas, empurrões,
botinadas. Nem mesmo aqueles agarrões costumeiros nas cobranças de escanteios.
O jogo foi
igual, apesar do placar de 3 a 1.
Cada time
concluiu 13 jogadas. Mas as bolas do Galo entraram, do Tricolor não.
A proposta
de jogo do São Paulo foi perfeita: partiu para cima e supreendeu seu
adversário. Nos primeiros 20 minutos, o São Paulo perdeu pelo menos três ótimas
chances de marcar.
Mas o
Atlético não.
No seu
primeiro ataque de verdade, fez 1 a 0 com esse excelente Lucas Pratto. É
incrível seu senso de oportunismo, a facilidade como resolve as jogadas. E
Pratto não é aquele jogador apenas finalizador, aquele que só empurra a bola
pra dentro do gol: ele tem técnica, além da raça comum dos argentinos.
Os são-paulinos
reclamam que o placar não foi justo. A justiça seria feita, segundo eles, se o
jogo terminasse 3 a 3 ou 4 a 4.
Eu defendo a
ideia de que campo de futebol não é tribunal de justiça. Para mim, a vitória do
Galo configura a vitória da meritocracia: além de jogar bem, o Atlético foi
mais competente nas finalizações.
Mas, qual o
segredo do Atlético?
Não sei se o
Galo joga sempre assim (aliás, até vou assistir a mais jogos do líder para
poder comprovar), mas no jogo desta quarta-feira, a impressão que eu tinha era
que o Atlético estava sempre com jogadores a mais. Tanto no ataque quanto na
defesa.
E por que isso?
Simples: os
jogadores do Galo participaram mais do jogo.
Dos 10
jogadores da chamada linha, nove participaram do jogo, praticamente, o tempo
todo. O décimo é o atacante Lucas Pratto que não participou tanto: apenas fez
três gols. “Apenas”, disse eu.
Dos 10
jogadores de linha do São Paulo, só seis participaram o tempo todo. Michel
Bastos, Ganso, Pato e Luís Fabiano tiveram participações pontuais.
O Pato da
noite de quarta-feira foi o jogador que vi muita vezes no Corinthians: sumido
em campo e perdendo gols.
Luís
Fabiano, com aquele seu jeito de andar de urubu malandro, joga sempre numa
pequena faixo do campo, entre a intermediária e a área adversária. É espaço
pequeno, mas ele costuma ser muito eficiente. Desta vez não foi.
Ganso, que
sempre achei um craque, desde que saiu do Santos nunca mais foi o mesmo. Nesse
jogo, fez o passe preciso para o gol de Pato e só.
Para azar do
São Paulo, Michel Bastos que é um bom jogador não conseguiu se encontrar.
Sem esses
quatro jogadores, principalmente os dois do meio campo - Ganso e Michel – seria
mesmo impossível vencer.
Aliás, mesmo
se eles tivessem jogado bem, já seria difícil vencer essa entrega do time
atleticano.
E apesar de
toda movimentação pelo campo, de tamanha participação, a impressão que eu tive
é que os jogadores do Galo não terminaram o jogo tão cansados. Talvez, por um
motivo muito simples: eles correram muito, mas fizeram a bola correr muito mais.
Se o
Atlético mantiver um nível de jogo parecido com esse, o título brasileiro vai
ficar mais uma vez dentro dos belos horizontes da Capital mineira.
E com
justiça.

A diferença, querido Marinho, está no comportamento e no envolvimento dos atletas dos dois times. Na frente, Fabiano e Pato se tornaram rivais. No meio, Hudson e T Mendes não acertam passes de cinco metros. A defesa é uma das mais fracas da história. RC merecia fim de carreira mais digno. Aidar não teve ter competência nem para montar time de bocha. Abração.
ResponderExcluirRecebi este comentário do Fernando Portela:
ResponderExcluirPerdi e não fiquei puto. Foi muito bom mesmo.
Bração
Fernando Portela
http://fernandoportela.wordpress.com/