A
frase é atribuída ao sábio Salomão. Se isso é verdade, não dá para saber, mas
que o silêncio e a discrição são muito mais eficientes que o barulho, a grita
geral, não há a menor dúvida.
Isso
se aplica ao caso dos senadores brasileiros que foram hostilizados em Caracas
nesta semana.
Foram
lá em missão de visita a um político venezuelano de oposição que está em greve
de fome.
Se
nada tivesse acontecido de anormal, poucas pessoas teriam tomado ciência do
fato.
Os
senadores fariam sua visita, as assessorias de imprensa divulgariam o fato que,
em condições normais de temperatura e pressão, teria merecido poucas linhas no
jornais impressos e alguns segundos nas televisões e rádios.
Mas
a truculência própria da ditaduras e daqueles que flertam, namoram e às vezes
até casam com os regimes de força, não deixa agir com discrição.
É
bom lembrar que há cerca de dois anos esteve aqui no Brasil a blogueira cubana Yoani
Sánchez, forte oposicionista ao regime do reino encantado os irmãos Castro.
Yoani
Sánchez teria passado pelo Brasil e seria ouvida por público restrito e
diminuto, não fosse a truculência da nossa esquerda, dona da verdade.
Pois
não é que assim que ela desembarcou em Recife foi hostilizada e até agredida
por simpatizantes do regime cubano que a impediram até de proferir palestras? Em
todos os lugares por onde passou, a jovem Yoani Sánchez foi perseguida pela
turba.
Qual
o resultado?
Ganhou
muito mais espaço na mídia. Suas palestras contra o regime cubano ganharam
dimensão que nunca haviam alcançado.
O
mesmo aconteceu com os senadores brasileiros em Caracas.
A
visita que era para terminar, no máximo, no dia seguinte, continua repercutindo
pelo mundo afora.
E
agora, sabe-se que o embaixador brasileiro na Venezuela abandonou os senadores
no aeroporto por orientação do Itamaraty.
O
embaixador foi até ao aeroporto, recebeu os senadores, colocou-os na van, pegou
seu carro e se mandou. Eles que se virem, deve ter pensado o patriota
embaixador.
Cercados
por manifestantes, ameaçados de agressão física os senadores não viram outra
saída a não ser voltar ao aeroporto e embarcar para o Brasil.
Foi
um constrangimento muito grande e que poderia ter tido consequências mais
terríveis. Afinal, a turba ensandecida é capaz de tudo.
Assim,
são dois casos que deveriam ter produzido som de uma simples flatulência
acabaram por ter a sonoridade de um vulcão.
É, é
a tal da intolerância que troca a força pela inteligência.
Aqui
no Brasil, vimos muitos casos assim proporcionados pelo coronel Erasmo Dias,
nos negros tempos da ditadura. Parece que as cabeças são as mesmas.
É verdade. Boa!!!
ResponderExcluirMaria Helena